Nelson Peixoto/Divulgação

Maria Fernanda Cândido (à esq.), Ricardo Mansur e Luana Piovani aderiram à moda

Nas ruas, baladas ou praias, é cada vez mais comum homens e mulheres jovens com toucas de crochê ou tricô que seguem a tendência vintage. Essa volta ao passado revigora antigos paradigmas da moda e da decoração ao mesmo tempo que busca compreender e até prestar homenagem a culturas de décadas atrás. Com toques contemporâneos, as novas versões das touquinhas que enfeitaram as melindrosas dos anos 20 ou os Doces bárbaros na década de 70 têm traduções chiques, casuais e mais simples. Os preços oscilam: no Empório Armani, em torno de R$ 350; na carioca Maria Filó, R$ 32, e na Feira Hippie de Ipanema, zona sul do Rio, R$ 10. Para a consultora de moda Ana Maria Andreazza, da grife carioca Fashion, as toucas reúnem todos os ícones femininos no tema retrô glam (retroativo ao glamour). “Elas lembram as melindrosas do começo do rádio e dos cabarés”. Como corruptela dessa moda, os gorros também ganham força nas coleções de inverno.

Carlos Magno

A estudante Roberta
de Oliveira gosta de sentir um gostinho de passado ao segurar a cabeleira com o acessório

“Vende absurdamente bem. O que chega, sai”, atesta a gerente de marketing do italiano Empório Armani, Patrícia Gaia. “A coleção de inverno virá no clima da touca ou gorro. O Giorgio (Armani) fez peças maravilhosas bordadas com cristais, organza de seda ou peles”, completa. Patrícia explica que há diferença de leitura entre as peças: “As femininas são 100% revival. As masculinas têm referências das boinas, da evolução dos bonés, do hip-hop e rap americanos.” Desde que o ator Reynaldo Gianecchini apareceu com uma touca Armani, algo mudou nas lojas. “Clientes dizem apenas: ‘Eu quero a touca do Gianne.”

O que atrai a gaúcha Roberta de Oliveira Alves, 20 anos, é a “sensação de visita ao passado.” Estudante de direito no Rio de Janeiro, ela lança mão do modelito para segurar a longa cabeleira nos mais diferentes lugares, como os bares da Lapa, no centro, e as badaladas ruas de Ipanema. “Seria bom se a moda voltasse por inteiro e os garotos galanteassem as meninas como antigamente”, suspira ela, referindo-se a um romantismo sumido nos dias de hoje. A designer de jóias, cantora e socialite Yara Figueiredo lança modelos com as toucas que idealiza e manda confeccionar em crochê com miçangas ou paetês, a ponto de ser copiada por lojas do Rio. “Tenho uma coleção e uso de manhã na ginástica, de dia no shopping e à noite em festas. Faz parte do meu dia-a-dia”, diz Yara. Pelo visto, de muitos outros também