Nome: Juliana descobriu logo que teria uma menina e decidiu chamá-la de Gabriella

Logo depois de se descobrir grávida, a maioria das mulheres fica ansiosa para saber o sexo do bebê. Geralmente, essa informação só é revelada a partir da 17ª semana de gravidez por meio de um exame de ultra-som. Mas no Hospital Sírio Libânes, de São Paulo, a curiosidade das mamães vem sendo saciada mais rápido. A instituição realiza um teste sanguíneo que permite detectar a partir da 11ª semana de gestação se a mulher terá um menino ou uma menina.

O exame tornou-se possível graças às pesquisas do biólogo José Eduardo Levi e do médico Silvano Wendel, do Banco de Sangue do hospital. Os dois colocaram em prática o que cientistas ingleses descobriram em 1997: o DNA (estrutura que carrega os dados biológicos do ser humano) do feto se mistura ao sangue da mãe. Ou seja, como nesse material está contida inclusive a informação do sexo do indivíduo, é possível investigar se a criança é menino ou menina com a avaliação do sangue materno. É simples. A amostra contém as informações genéticas da mãe e do filho. Mas as mulheres apresentam cromossomos XX e os homens XY. Por isso, se no material colhido for detectada a presença do cromossomo Y, a criança é um menino. Afinal, o Y só pode ter vindo dela. Se ele não for encontrado, é uma menina.

Caso a gravidez seja de gêmeos idênticos, o resultado que aparecer no exame vale para os dois fetos. Quando a gestação for de gêmeos dizigóticos (podem ser mais de dois bebês, abrigados em placentas diferentes) e o teste apontar sexo feminino, significa que no útero estão pelo menos duas meninas. Se for detectada a presença do cromossomo Y, só será possível afirmar que ao menos uma das crianças é menino.

Em 1999, os pesquisadores começaram a trabalhar em cima da teoria. E passaram a testar o método criado por eles com voluntárias. Até setembro passado, 600 gestantes tinham feito o exame. “A partir da 11ª semana, o teste tem 100% de acerto”, afirma Levi. A executiva de vendas Juliana Censoni, 33 anos, de São Paulo, é uma das mulheres que participaram da fase experimental. Segundo ela, descobrir que teria uma menina logo no início da gravidez foi uma providencial ajuda. “Assim que saiu o resultado, decidi qual seria o nome dela”, lembra a mãe de Gabriella, hoje com um ano e dois meses.

Para fazer o teste, é preciso desembolsar R$ 300. Mas o método não é infalível. O resultado, que sai depois de três dias, em média, pode sofrer interferências causadas por situações que levem à presença de cromossomo masculino no plasma materno, como uma transfusão recente de sangue ou transplante de órgão retirado de um homem para a futura mãe.