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REGISTRO
O fotógrafo Leonardo Rosário (abaixo) em ação,
documentando o nascimento de Pedro: parte da equipe

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Leonardo Rosário jantava com a mulher e o filho num restaurante quando o celular tocou. Do outro lado da linha uma voz ao mesmo tempo eufórica e aflita apelou: “Corre para a maternidade. A bolsa estourou.” Rosário não é obstetra, pediatra, anestesista, nem enfermeiro. No entanto, faz parte de uma categoria profissional cada vez mais requisitada no momento em que uma criança vem ao mundo: é fotógrafo de parto. De quatro anos para cá, seguindo uma tendência mundial (a Associação Internacional de Fotógrafos de Parto, fundada no Texas, EUA, já conta com 400 membros), as famílias brasileiras decidiram documentar com mais qualidade o nascimento dos filhos e passaram a recorrer aos fotógrafos profissionais. “O pai não ia tirar a foto direito, ia ficar malfeito. E eu queria esse momento eternizado”, diz a paulista Flávia Alves Hamaoka, que deu à luz o menino Pedro no sábado 18 de agosto.

A demanda cresceu tanto que agências se especializaram nesse tipo de fotografia, como a carioca Aeroporto de Cegonhas, fundada em 2009 por Rodrigo Lopes, 49 anos, um fotógrafo de celebridades. “É importante que os fotógrafos cumpram os procedimentos da sala de parto”, diz Lopes, cuja agência registra em média 120 nascimentos por ano. Como os centros cirúrgicos são ambientes esterilizados, os fotógrafos de parto são obrigados a cumprir uma série de exigências, por causa do risco de contaminação. “Não pode encostar nos campos cirúrgicos e muito menos esbarrar no médico. Tem que usar pijama, sapatilha, touca e máscara. Naquele momento, o fotógrafo faz parte da equipe”, afirma a enfermeira Marília Ciuffo, 47 anos, da maternidade carioca Perinatal, onde nascem 15 bebês por dia.

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PLANTÃO
A fotógrafa Carla Raiter é especialista em parto natural

Lopes, do Aeroporto de Cegonhas, afirma que 90% dos partos são agendados e ocorrem na hora marcada. No entanto, ele mantém uma equipe em regime de plantão para as emergências. “A orientação é ficar com o telefone ligado 24 horas, porque os imprevistos acontecem”, justifica. Se os bebês com hora marcada pregam peças, os que vêm ao mundo por parto normal deixam os fotógrafos com crise de ansiedade. “Vivo de sobreaviso. Todos os chamados são de emergência”, diz a fotógrafa paulista Carla Raiter, 30 anos, especialista em parto natural.

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Fotos: Leonardo Rozário/Divulgação; Masao Goto Filho/ag. IstoÉ e Rogério Cassimiro