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O comediante inglês Sacha Baron Cohen ficou famoso no cinema e na tevê ao interpretar personagens exóticos como o rapper entrevistador, “segundo melhor jornalista do Cazaquistão”, e um extravagante repórter de moda. Agora, ele se aventura como tirano de uma nação imaginária no norte da África em “O Ditador” (em cartaz na sexta-feira 24), sátira que pega carona nos governantes destronados pela Primavera Árabe. A história de Hafez Aladeen começa na infância quando, aos 7 anos, ele assume o poder na República de Wadiya. Passa a usufruir de uma vida de luxo e excentricidades, a maioria delas baseadas em ditadores reais. A sua maneira de falar, por exemplo, sempre com o dedo indicador apontado para cima, veio de Fidel Castro. Sua guarda feminina, vestida com trajes espartanos, foi inspirada na milícia do ex-presidente da Líbia Muammar Kadhafi. “Sempre o achei hilário e queria fazer um personagem inspirado nele”, diz Cohen. O ex-líder da Coreia do Norte Kim Jong-il, a quem o filme é ironicamente dedicado, foi outro modelo. “Dizia que havia acertado nove buracos em sequência no primeiro jogo de golfe que praticou na vida. E quem negaria?”, indaga o comediante.

São referências concretas que levam Cohen a exacerbar. Uma das manias de Aladeen é manter uma galeria de fotos com todas as pessoas com quem ele diz que se relacionou sexualmente. A sequência de conquistas inclui Halle Berry, Oprah Winfrey e Arnold Schwarzenegger. Outro capricho é exigir que seus “mísseis de destruição em massa” sejam pontiagudos como os mostrados em desenhos animados e não arredondados como sugerem engenheiros de guerra. De tanto alardear o seu arsenal de armas químicas, a ONU o chamou para depor em sua sede. O ator queria gravar as cenas no edifício das Nações Unidas e, ao ter seu pedido negado, alfinetou a organização: “A ONU alegou que os inúmeros ditadores que representa poderiam ficar chateados.”

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UM REI EM NOVA YORK
Aladeen e sua milícia feminina: a inspiração foi Muammar Kadhafi

A chegada de Aladeen a Manhattan, montado em camelo e ladeado por sua guarda feminina, é triunfal. A mesma escala preside as dimensões de seu palácio, de linhas copiadas da Casa Rosada argentina, e justifica os US$ 65 milhões investidos na produção, já recuperados em menos de um mês de exibição nos EUA. Embalado em tamanha ambição, Aladeen só não suspeitava que seu tio Tamir (interpretado por Ben Kingsley) estivesse armando um plano para derrubá-lo. O golpe consistia em arrancar-lhe a barba, fazê-lo se perder pelas avenidas de Manhattan e, assim, dar tempo para que um sósia instaurasse a democracia em Wadiya. A vida nas ruas, porém, lhe foi generosa. Ele descobre o amor da ativista social Zoey (Anna Faris) e, também, que o seu regime totalitário e a democracia americana guardam semelhanças. “Imagine se os EUA fossem uma ditadura? Vocês poderiam mentir facilmente sobre as reais causas de se ir para a guerra”, diz ele em um de seus discursos.

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Fotos: Divulgação