No dia 26 de novembro, o Brasil terá papel de destaque na 57ª sessão da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Na abertura do encontro, que reunirá 189 países para a formulação de novas diretrizes para a continuidade de ações voluntárias em todo o mundo, estará a psicóloga Milú Villela, presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Comitê Brasileiro para o Ano Internacional do Voluntário, que se
deu em 2001. Em seu discurso, Milú
não só mostrará os resultados do movimento de solidariedade que tanto impressionaram os representantes de outros países, mas principalmente indicará as ações que garantem a sobrevida do programa, como o projeto Jovem Voluntário – Escola Solidária, que estimula estudantes ao trabalho voluntário no Brasil. “Considero uma missão divulgar o voluntariado como forma de diminuição das desigualdades sociais. E a ONU captou o nosso esforço. Não esperávamos esse reconhecimento, mas ficamos orgulhosos”, comemora Milú.

O entusiasmo faz sentido. Esta é uma das raras vezes em que uma representante da sociedade civil é chamada a participar da reunião
de líderes. Mas foi exatamente pelo engajamento de pessoas não
ligadas ao governo que o País chamou a atenção da ONU. “Tínhamos
no início do ano passado cerca de 20 milhões de voluntários. Este
número cresceu para 30 milhões. Mas o que realmente impressionou foi o trabalho didático que realizamos sem depender do governo, ao contrário do que fizeram os outros países”, conta Milú. No ano passado, o Comitê Brasileiro para o Ano Internacional do Voluntário usou um calendário estratégico, dividindo o programa em 12 temas – o voluntariado e o meio ambiente, crianças e o meio ambiente e assim por diante. Dessa maneira, as ações não ficaram centralizadas no comitê. “Foram lançados
os temas e as associações e organizações se apropriaram deles, promovendo milhares de ações de cidadania”, explica Priscila Cruz, coordenadora do Instituto Faça Parte, comandado também por Milú.

É exatamente esta instituição que está organizando o projeto Jovem Voluntário, que envolve unidades públicas e particulares do ensino fundamental e médio. Por meio de parcerias com o Ministério da Educação, com o Conselho Nacional dos Secretários de Educação e com a União Nacional de Dirigentes Municipais de Ensino, o objetivo é disseminar a cultura do voluntariado em todo o País. “O ano do voluntariado acabou, mas o espírito de participação deve permanecer, tocando o jovem que sempre sonha em mudar o mundo”, conclui Milú.