Não fosse ele membro importante da realeza inglesa, príncipe Philip de Edimburgo, o marido da rainha Elizabeth II, seria uma figura até engraçada. Como príncipe, porém, é um desastre para a pompa dos que o rodeiam. Na verdade, ele é o “rei” das gafes. Ou melhor, um príncipe que freqüentemente faz comentários fora do tom e que, sabe-se lá, leva um prosaico pisão no pé debaixo da mesa de sua rainha. Ele não hesita em dar suas opiniões às claras. Em entrevista ao jornal The Daily Telegraph, o príncipe, ganhador de duas medalhas de ouro por equipes em campeonatos mundiais de hipismo, declarou que as cerimônias olímpicas de abertura e encerramento são “uma chatice total e absoluta”. Ou não são? Nos Jogos de Londres em 2012, ele terá 91 anos, e a rainha, 86, um bom argumento para participar “o mínimo possível” dos atos oficiais.

As impertinências do príncipe voltaram à tona com toda força quando os ingleses souberam do lançamento do livro Duke of hazard: the wit and wisdom of prince Philip (Duque do perigo: a sagacidade e a sabedoria do príncipe Philip, na tradução literal), de Phil Dampier e Ashley Walton, que conta histórias dos últimos 60 anos. Conta, por exemplo, que em um festival em Cardiff (Gales) o apresentaram a um grupo de jovens da Associação Britânica de Surdos, que estava junto ao palco em que tocava um barulhento grupo caribenho. “Surdos? Junto dessa banda, não me estranha que sejam surdos”, comentou o príncipe. O livro relata que o marido de Elizabeth II disse uma vez que, quando um homem abre a porta do carro a uma senhora, “ou tem carro novo ou mulher nova”. Os deslizes de sua alteza beiram a má educação. Em uma ocasião, um turista sueco o cumprimentou na passagem de sua carruagem e contou, orgulhoso, que sua filha completava seis anos naquele dia: “E daí?”, respondeu o príncipe, provocando o choro da menina. Ele deixa de ser engraçado – para ser contestado – ao revelar sinais claros de racismo. Em uma festa organizada em Londres pelo escritório da Commonwealth (a comunidade de ex-colônias e protetorados do Reino Unido), Philip se dirigiu a um sorridente convidado negro e lhe perguntou: “De que exótico lugar do mundo vem o senhor?” O interlocutor, o lorde Taylor de Warwick, respondeu: “Sou de Birmingham (cidade do centro da Inglaterra).” Orgulhosamente, ele calou a boca do príncipe.

Um turista sueco abordou o príncipe Philip e contou orgulhoso que sua filha completava seis anos naquele dia: “E daí?”, foi a resposta.


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