A cidade serrana de Campos do Jordão está dando os últimos retoques em seu esplêndido visual para abrir a temporada de inverno. Todo o mês de julho será dedicado a compras, passeios, descanso em frente a lareiras e jornadas gastronômicas regadas a bons vinhos. Dos restaurantes aos hotéis, dos bares aos cafés, das casas de chá e chocolate às baladas para jovens, será uma festa só. Na capital do inverno no País, quanto mais despenca a temperatura maior é o prazer de estar entre suas montanhas. Os 45 mil moradores de repente vêem multiplicar o número de pessoas que passam por lá na temporada (os visitantes podem chegar a um milhão) em busca de ar puro, céu azul e atrações que incluem um festival internacional de música erudita. Tem até uma pista de esqui. Esqui? Isso mesmo. A prefeitura monta uma estrutura de gelo para essa atividade. Carros de luxo se instalam em Capivari, o centro de agitação nos fins de semana, e o shopping center Market Plaza, do empresário João Dória Jr., com 105 marcas num espaço de 13 mil metros quadrados de puro luxo, ferve apesar da baixa temperatura. Outras regiões de consumo são Abernéssia e Jaguaribe.

A serenidade da estância vai aos poucos esmaecendo. Até porque essa é uma boa ocasião para arrumar um emprego temporário – o que é difícil ter por ali. Com o crescimento da população, os hotéis ficam lotados, assim como os bons restaurantes. Há um rodízio dos turistas que ocupam os oito mil leitos e sete mil casas-pensões da cidade. Não há quem não curta um frio da montanha com tanta coisa a fazer – até mesmo reunir a família, colocar roupas e chapéus antigos e tirar uma foto em branco-e-preto para levar de lembrança. A façanha é numa loja onde até a câmera fotográfica parece antiga – apoiada num tripé, com aquelas “cortininhas”. Nada está à venda na loja, apenas a diversão.

Campos do Jordão é chamado por turistas de a “Suíça brasileira”. O secretário de Turismo, Flávio Ventura, 61 anos, bate o pé. “É a estância mais alta do Brasil.” E,
diz o prefeito, João Paulo Ismael, “o melhor clima do mundo”. Nesse meio ambiente, o turista pode andar a pé, a cavalo, de bicicleta, moto, offroad, charrete (com cavalos muito velhos, o que melhora a diversão) e comprar desde os triviais agasalhos (no centro de Capivari) às roupas de grifes chiquérrimas nas lojas distribuídas por três andares do shopping Market Plaza, que ficará em operação até
o dia 31 de julho. Para outro tipo de consumidor, no próprio shopping está instalada uma megalivraria que venderá eletroeletrônicos como tevês, equipamentos de informática, áudio, vídeo e foto. Os recitais e concertos diários de música clássica
do Festival Internacional de Inverno, organizado em todas as temporadas, também são imperdíveis. Reunirá maestros brasileiros de nível internacional, como Roberto Minczuk, e muitos músicos estrangeiros.

Junho e julho são meses frenéticos. Muitos casais
escolhem a cidade para passar a lua-de-mel, idosos descansam e crianças se deslumbram com o trenzinho vermelho que corta o lugar. Os ricos têm tudo à mão, dos achados no Market Plaza a hotéis luxuosos e muito confortáveis. Suas diárias para a temporada junho e julho chegam a R$ 2.650, preço de uma suíte presidencial.
Embora não faltem opções mais baratas.

O turismo é a grande fonte de renda dessa cidade a 180 quilômetros de São Paulo, a 1,7 mil metros de altitude, que no inverno pode registrar temperatura de cinco graus negativos (num recorde, em 1992, os termômetros marcaram 18 graus abaixo de zero). O frio empurra a venda de fabricantes de chocolate, das indústrias de confecção, do artesanato e dos exploradores de água mineral. Um dos mais conhecidos cartões-postais da cidade mostra Capivari, onde quase tudo acontece. “Quase tudo” porque atrações como hipismo, golfe e trilhas ficam um pouco mais distantes. A aventura mais radical está na estrada do Horto. Com atividades
de arvorismo e trekking, há bons programas para quem gosta
de adrenalina. Inverno não é para ficar parado.

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