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PALANQUE ELETRÔNICO
Na quarta-feira 8, o ex-presidente Lula gravou imagens
para o primeiro programa na tevê de Fernando Haddad

Na última semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vinha se resguardando da atividade eleitoral por ordens médicas, ganhou o sinal positivo para entrar de corpo e alma na campanha. “Ele pode subir em um palanque e ficar falando por 24 horas”, atestou o cardiologista Roberto Kalil Filho. A liberação de Lula foi comemorada efusivamente pelos petistas e aliados de norte a sul do País. Afinal, desde o início da campanha os planos petistas para as eleições municipais estavam associados à recuperação de Lula e à sua presença nos palanques. Nesse primeiro momento, porém, o ex-presidente irá frustrar a maioria dos candidatos interessados em tê-lo como cabo eleitoral. Lula decidiu restringir sua presença física a quatro cidades: São Paulo, Belo Horizonte, Recife e São Bernardo do Campo. Ou seja, os escolhidos do ex-presidente são os candidatos do PT Fernando Haddad, Patrus Ananias, Humberto Costa e Luiz Marinho. “Estávamos todos rezando para que esse dia chegasse logo”, entusiasma-se Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, cuja campanha até agora não deslanchou.

O critério definido por Lula para se jogar na campanha desses municípios, à exceção da capital paulista, é frear o crescimento do PSB, potencial adversário de Dilma Rousseff em 2014. Já em São Paulo, o objetivo de Lula e do PT é triunfar num tradicional reduto do PSDB. Para isso, o ex-presidente entra em cena num momento em que Haddad busca ganhar fôlego na disputa e altera sua estratégia eleitoral forçado por três fatores externos: a própria recuperação de Lula, a ausência de Marta Suplicy e a decisão de Dilma Rousseff de não entrar na campanha agora. Nos primeiros programas do horário eleitoral gratuito, que começa na próxima semana, a ideia do marqueteiro João Santana é apresentá-lo como um político com experiência em políticas públicas. Além de reforçar a ligação de Haddad com Lula, o programa também irá mostrar o candidato como alguém capaz de promover as mudanças almejadas pelos paulistanos. Assim, o PT espera finalmente alcançar os dois dígitos nas pesquisas eleitorais.

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PRIORIDADES
As eleições de Patrus Ananias (à esq.), em Belo Horizonte, e de Humberto Costa,
no Recife, são consideradas estratégicas por Lula

Os números mostram que o PT tem motivos para estar otimista com a entrada de Lula na campanha. Somente na capital paulista, onde o PT amarga uma quarta colocação, com 6% das intenções de votos, contra 26% de José Serra (PSDB), que ocupa o primeiro lugar, o Ibope mostra que 40% dos eleitores declararam que votarão, com certeza, no candidato indicado pelo ex-presidente. Nas outras capitais em que Lula irá participar da eleição, a capacidade de transferência de votos do ex-presidente também é considerada alta. Em Belo Horizonte, o embate promete bons lances. A prioridade na eleição mineira deve-se ao fato de que lá o presidenciável do PSDB, senador Aécio Neves, montou uma trincheira ao lado dos socialistas para derrotar o PT de olho nas eleições de 2014. Portanto, a vitória do petista Patrus Ananias sobre Márcio Lacerda (PSB) é considerada fundamental para as pretensões petistas. A mesma lógica adotada para a campanha mineira serve para justificar a presença de Lula na eleição da capital pernambucana. No Recife, depois de uma briga entre socialistas e petistas, o governador Eduardo Campos (PSB), outro presidenciável, resolveu romper com o PT e lançou seu ex-secretário de desenvolvimento econômico, Geraldo Júnior, contra o senador Humberto Costa do PT.

A reeleição do petista Luiz Marinho na prefeitura paulista de São Bernardo do Campo será a outra prioridade de Lula. No berço do PT, a participação de Lula na campanha municipal tem dois objetivos muito claros. O primeiro é turbinar o nome de Luiz Marinho, que é o candidato do coração de Lula para concorrer ao governo do Estado em 2014. O outro motivo é quase de ordem pessoal. O filho de Lula, Marcos Cláudio Lula da Silva, disputa uma cadeira na Câmara dos Vereadores. 

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APOSTA
Luiz Marinho é o candidato do coração de Lula ao governo de São Paulo

Fotos: Heinrich Aikawa/Instituto Lula; Valter Campanato/ABr; Ichiro Guerra, Rubens Chaves/Ag. ISTOÉ


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