Quer se sentir um esquimó sem precisar fazer uma expedição ao Pólo Norte? Basta ir a alguns dos chamados ice bar, nova e curiosa opção etílica para boêmios da Europa e da Ásia, instalados em cidades como Estocolmo, Londres, Tóquio, Paris, Milão – dentro do Hotel Townhouse – e até na China. Os tais bares são lugares perfeitos para quem busca sensações mais radicais do que apenas tomar umas biritas e conversar. O lugar, que mais lembra um iglu moderno, é todo de gelo, como são os copos, as bandejas, o balcão, as paredes, as janelas e até a máquina de calcular as despesas. A temperatura ambiente nunca é superior a cinco graus centígrados e na entrada o visitante recebe casacos e luvas térmicas. Mas o que realmente esquenta e garante a resistência é a vodca, consumida em abundância. Pode-se permanecer no lugar entre 30 e 45 minutos. O rodízio também acontece entre os funcionários. Barmen e atendentes trabalham apenas durante duas horas, já que ninguém suporta tanto frio.

Na entrada, há duas portas, para evitar a invasão da temperatura de fora. As paredes são de blocos de gelo translúcidos, que ficam assim transparentes graças à pureza das águas cristalinas com que são feitos. Cada bar consome em média até 400 toneladas de gelo e a cada seis meses os blocos são derretidos e dão lugar a um novo bar, com novo design. A iluminação é feita com fortes fachos de luz coloridos, que conferem uma atmosfera moderna, e fantasmagórica, ao ambiente.

O espaço comporta em média 60 visitantes, que não entram sem reservas obrigatórias feitas por telefone ou sem desembolsar, em alguns casos, até
38 euros (R$ 113). E não adianta pedir cerveja. Só se bebem mesmo vodcas, servidas em copos de gelo – que não grudam nos lábios –, que só podem ser segurados com luvas.

A moda começou com a vodca sueca Absolut – que já tinha criado um hotel de gelo em Estocolmo e lançou filiais dos bares em Londres, Milão e Tóquio. Mas a francesa Grey Goose, adquirida pelo rum Bacardi, seguiu a concorrência e fez uma investida ambiciosa ao lançar o Ice Kube de Paris, o mais luxuoso do gênero, com suas paredes externas idealizadas pelo artista plástico Laurent Saksik, conhecido por suas instalações em concreto. Os bares gelados estão no fogo de uma competição entre as duas marcas de vodca, o terceiro destilado mais consumido no mundo. Só a Absolut vende 72,5 milhões de litros de vodca ao ano. Mas, de todas as experiências do ice bar no planeta, a mais excitante certamente é a de Hardin, localizado numa distante cidade chinesa que abriga o badalado Zunyu Ice Bar. No inverno, a temperatura de Hardin é de 40 graus negativos, portanto, ficar no Zunyu pode ser mais aconchegante do que se imagina. E como se vê, por enquanto, a moda é exclusiva de países frios.

400 toneladas de blocos de gelo são usadas para construir cada bar

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