Assista ao bate-papo da repórter Izadora Rodrigues com duas motociclistas :

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DESEJO
Fabiana Calixto e sua Harley-Davidson: ela comprou a moto
no ano passado, antes mesmo de ter carteira de habilitação

Nos grandes centros urbanos, a cena é cada vez mais comum. Montadas em motocicletas personalizadas por toques femininos, em suas vespas ou modelos de trilha, em estradeiras ou motos de competição, as mulheres estão marcando presença em um ambiente que até pouco tempo atrás pertencia quase exclusivamente aos homens. Elas se fazem notar não só pelo estilo, mas pela quantidade. Hoje, são cerca de 3,7 milhões de mulheres motociclistas no País contra 2,5 milhões registradas em 2008, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo) afirma que uma em cada quatro motos vendidas no Brasil atualmente é adquirida por uma mulher. É a proporção mais alta desde que o órgão passou a acompanhar o mercado. “Basta andar na rua para testemunhar esses números na prática”, diz o diretor executivo da instituição, José Eduardo Gonçalves. “A mulher quer agilidade, economia e conforto e a motocicleta oferece tudo isso.”

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Poucos modelos sintetizam essa agilidade tão bem quanto as scooters. Criadas para uso urbano, elas trocam potência por leveza e economia, além de conforto por permitir que o condutor rode com os pés para a frente, apoiados em uma plataforma, e não para os lados. É uma das preferidas entre mulheres, como a tradutora paulistana Rosa Freitag, 42 anos, que faz o percurso de cinco quilômetros até seu trabalho todos os dias a bordo de sua Vespa. Dona de um modelo raro, que é sua paixão, Rosa começou a andar de moto em 2008 e costuma utilizá-la em trajetos curtos pela cidade – até para buscar a filha no colégio. Quando quer viajar, ela não pega carro, mas sim outra motocicleta sua, um bólido alemão da marca BMW com 800 cilindradas, perfeito para estradas. “Trabalho 12 horas por dia em frente a um computador”, diz Rosa. “Quando tenho tempo livre quero aproveitar.”

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PAIXÃO
Rosa Freitag tem dois modelos: um scooter para rodar
na cidade e um BMW para conduzir na estrada

Especialistas do setor identificam a crescente independência delas e a piora, generalizada, do trânsito nas grandes metrópoles como as maiores forças por trás do boom feminino sobre duas rodas. Os congestionamentos, claro, se tornaram piores para todos, mas as mulheres costumam ter mais afazeres pela cidade do que os homens e, portanto, circulam mais. De olho nessa mudança no mercado, as empresas começaram a produzir motocicletas voltadas para esse público. “Até três anos atrás ninguém fazia moto para mulher. Hoje já há modelos com detalhes em rosa e até espaço para guardar a bolsa”, afirma Gonçalves, da Abraciclo.

Porém, muitas das mulheres que decidem adquirir uma motocicleta querem mesmo é se aventurar nos modelos clássicos. A paulistana Fabiana Calixto, 35 anos, optou pela mítica Harley-Davidson. A decisão de comprar a Harley foi tomada em agosto do ano passado. “Ela chegou antes de eu ter a habilitação”, diz Fabiana, recordando os dias de ansiedade até poder rodar com o bólido. O batismo oficial foi uma curta viagem pela rodovia Castelo Branco, em São Paulo. Símbolo máximo da liberdade em duas rodas, eternizadas no cinema no filme “Sem Destino” (“Easy Rider”, 1969), as Harley custam em média R$ 40 mil e têm legiões de fãs que costumam se reunir em grupos. Embora sejam grandes e pesadas, isso não assusta as aficionadas pelo modelo. “As mulheres dão conta”, garante Sandra Beccaro, fundadora do Ladies of the Road, que reúne 160 donas de Harley-Davidson nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.

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