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A Seleção Brasileira feminina de vôlei venceu o Japão, nesta quinta-feira, por 3 sets a 0, parciais de 25/17, 25/15 e 25/18, em partida disputada no Ginásio Earls Court, e se classificou para a final olímpica pelo segundo ano consecutivo. Agora as brasileiras enfrentam os Estados Unidos, que bateram a Coreia do Sul por 3 sets a 0, parciais de 25/20, 25/22 e 25/22, em uma reedição da final dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, quando o Brasil venceu as americanas por 3 sets a 1 e conquistou a medalha de ouro.

A partida começou equilibrada, com as equipes se revezando na liderança do placar, mas foi o Brasil que chegou à liderança no primeiro tempo técnico (8/7). Na sequência, as atuais campeãs olímpicas aproveitaram os contra-ataques para abrir 18/15 e comandar o set. Com excelente aproveitamente no bloqueio, as brasileiras deslancharam e fecharam o set em 25/18.

O segundo set começou melhor para o Brasil que, agressivo no saque, abriu 6/2 e obrigou o técnico japonês a pedir seu primeiro tempo. Mas logo as japonesas reagiram e encostaram no placar (9/8). Mas a equipe brasileira estava inspirada. Com ótimos saques, que quebraram a recepção japonesa, as brasileiras atropelaram o Japão no segundo set, fechando em 25/15. No terceiro e decisivo set, mais um massacre das campeãs pan-americanas. Com o bloqueio funcionando, as brasileiras marcaram 25/18 e fecharam a partida em 3 sets a 0.
 
Na primeira fase, a Seleção Brasileira foi instável e não conseguiu deslanchar na competição. Após vencer a Turquia por 3 sets a 2, perdeu para os Estados Unidos e Coreia do Sul, mas venceu a China, por 3 sets a 2, e a Servia, por 3 sets a 0. O Brasil ainda teve que torcer para os Estados Unidos vencerem a Turquia para, desta forma, confirmar sua vaga nas quartas de final. E foi o que aconteceu. Nas quartas, o Brasil cruzou com um velho conhecido, a Rússia e, em uma final eletrizante, venceu as europeias por 3 sets a 2 e carimbou seu passaporte às semifinais.
 
Brasil se solta, desmonta baixinhas do Japão e vê "gigantes" brilharem
 
Há alguns anos que a experiente levantadora do Japão Takeshita causa problemas para os adversários. Com um padrão de altura bem inferior ao das jogadoras atuais de vôlei ¿ a japonesa tem 1,59 m contra 1,83 m de Dani Lins, levantadora titular do Brasil ¿ Takeshita faz inversões de jogo como poucas no voleibol mundial. Porém, na semifinal diante do Brasil, a baixinha do Japão não teve muitas chances de se "agigantar" e viu a Seleção fazer fáceis 3 sets a 0.
 
Com uma bela leitura de jogo dos dois "paredões" do Brasil – Thaisa e Fabiana, as duas de 1,94 m -, a equipe de José Roberto Guimarães teve sua melhor atuação no quesito bloqueio. Quando as japonesas usavam a sua principal arma (a defesa) e tinham a possibilidade do contra-ataque, lá estavam as duas meio de rede brasileiras para parar as tentativas das asiáticas ou pelo menos aliviar para a recepção.
Espevitada e se movimentando por toda a quadra buscando confundir o time verde e amarelo, Takeshita bem que tentou jogar com as ponteiras Shinnabe e Saori, mas as duas foram pouco efetivas na partida. Diferente do que aconteceu com a Rússia e suas gigantes Gamova e Goncharova, a Seleção Brasileira não se viu ameaçada em nenhuma parte do jogo. Não teve que buscar forças onde não tinha e nem precisou da frieza dos momentos decisivos.
 
O duelo contra as europeias pareceu que deixou o Brasil mais solto e mais vibrante em quadra para a semifinal, com a postura pedida para o atual campeão olímpico. Desde as brincadeiras das reservas antes do início do jogo, ao som de We Will Rock You, do Queens, até a comemoração efusiva do calmo técnico Zé Roberto Guimarães, o time parece ser outro em comparação com o que se viu na primeira fase, onde predominou a apatia e os erros constantes.
 
Os gritos de "o campeão voltou" vindo das arquibancadas foram entoados de forma mais tímida do que no jogo contra as russas, mas mesmo assim parece ter mesmo se transformado em um mantra, como bem disse Zé Roberto após a vitória dramática das quartas de final. O duelo final é contra outro time que atua de uma forma que parece ser fácil jogar vôlei.
 
As americanas atropelaram todo mundo que viram na competição até o momento. Perderam apenas dois sets em todo o torneio, um contra a Coreia do Sul na primeira rodada e outro contra o Brasil na segunda. Têm na oposto Hooker, melhor jogadora da última Superliga, jogando pelo Sollys/Osasco, o seu ponto de apoio. Mas não devem encontrar a mesma facilidade da primeira fase. O Brasil é outro e já mostrou nessa reta final que não entregará o ouro de mão beijada.
 
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