Assista ao vídeo e entenda o controle biológico :

inseto_site.jpg

 

Aproveitar-se das relações naturais de parasitismo entre espécies não é uma prática nova. Tanto que já no século 3 a.C. os chineses colocavam formigas para brigar com parasitas que atacavam plantações de frutas cítricas. Mas o controle biológico está ficando cada vez mais eficiente e tecnológico, e o Brasil é um dos países que lideram as novidades no setor.

Um exemplo emblemático é a Bug Agentes Biológicos, localizada em Piracicaba (SP), que foi reconhecida recentemente como uma das 50 empresas mais inovadoras do mundo pela revista “Fast Company”, junto com Google, Facebook e Apple, na frente de outras companhias brasileiras importantes como Embraer e Petrobras.

O carro-chefe da Bug é a produção e venda de cartelas recheadas de ovos de vespas da espécie Trichogramma galloi. Essa vespinha usa ovos de outros insetos como hospedeiros para seus próprios ovos, impedindo seu desenvolvimento. Entre suas vítimas está a broca da cana-de-açúcar, uma das maiores pragas dos canaviais. “Nosso diferencial é conseguir entrar em grandes culturas, como soja e cana, e atingir largas extensões de terra”, diz Diogo Rodrigues, diretor-comercial da Bug.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Hoje a empresa tem cerca de 500 clientes, entre usinas de cana e produtores de soja, algodão, milho e produtos hortifrutíferos, como tomate e pimentão. Nos últimos seis anos, alcançou uma área de 1,2 milhão de hectares tratados e está desenvolvendo um método de dispersão de ovos de vespa por pulverização aérea.

Entre as vantagens do controle biológico sobre o uso de inseticidas químicos está a inexistência do risco de intoxicação nos trabalhadores rurais e contaminação do lençol freático, além de não aumentar a resistência das pragas ao método de controle. O custo também é um ponto positivo, pois, segundo Rodrigues, um tratamento com controle biológico é cerca de 30% mais barato. “Uma aplicação com inseticida custa, em média, R$ 70 por hectare, enquanto o tratamento com parasitas custa cerca de R$ 14”, afirma.

A desvantagem é que não existe pronta-entrega. “Se um produtor me pedir hoje cartelas para uma área de 40 mil hectares, só vou conseguir entregar no ano que vem”, diz Rodrigues. Mas com planejamento e paciência há um espaço grande para que esse tipo de técnica cresça no Brasil.

01.jpg

02.jpg


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias