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SENSAÇÃO
Mulheres exuberantes, clima de praia e roupas minúsculas
combinação perfeita para recorde de público

Mulheres jovens com um mínimo de roupa, clima praieiro, muita bebida, grupos de dança em traje de banho, música alegre e arquibancadas lotadas. A combinação desses elementos tem feito do vôlei de praia a maior sensação dos Jogos de Londres. A esta altura é quase impossível conseguir um ingresso para as próximas fases. A sedução já começa pelo local escolhido para as partidas. Instalada no Horse Guards Parade, a arena dedicada ao esporte fica no centro do poder britânico, a menos de 100 metros do número 10 da Downing Street, residência do primeiro-ministro David Cameron. Das arquibancadas, é possível admirar o Big Ben, o Parlamento e a roda gigante London Eye. Isso, sem contar as desejadas cheerleaders, que provavelmente são o encanto maior a levar multidões às arenas, tem estimulado os homens de terno que circulam por ali a colocar de lado a sisudez e se deixar levar pela euforia dos torcedores pintados e das famílias.

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Na terça-feira 31, o prefeito de Londres, Boris Johnson, esteve na arena. Com seu smartphone, registrou os saques, cortadas e levantamentos da dupla brasileira feminina formada por Maria Antonelli e Talita Rocha, que bateu as alemãs Sara Goller e Laura Ludwig. Um dia antes, outro poderoso que circulou por ali foi o príncipe Albert II de Mônaco. Cercado pelos repórteres, disse que é muito fã do esporte. “Mandei até construir a minha própria quadra.”

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Ao mesmo tempo que reúne tantas atrações paralelas, o esporte motiva críticas. O apresentador de tevê e escritor inglês Giles Coren defende a ideia de que o vôlei de praia não exige habilidades especiais e que, por isso, não deve ser tratado como esporte. “Se ele é, por que não o frisbee?”, provocou em um artigo para o jornal britânico “The Times”. Para encorpar a tese, alguns torcedores ignoram as duplas. É o caso do cozinheiro inglês Lloyd Edwards, 27 anos. “Vim aqui para ver mulher pelada”, disse, sem cerimônia.

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Para a Federação Internacional de Voleibol, essa história de espectadores que não enxergam o jogo por trás dos biquínis existe desde quando o esporte estreou nas Olimpíadas, em Atlanta-1996. “No início, o público vem atraído pelo pacote que oferecemos de esporte mais entretenimento”, diz Richard Baker, porta-voz da entidade. Mas o nível de retenção tem sido alto, pois, a cada ano, aumenta o número de torneios internacionais e países inscritos nas competições. Em 2009, havia apenas 76 eventos reunindo nações. No ano passado, foram 149. Há três anos, a federação criou a Continental Cup, torneio classificatório para a Olimpíada. Assim, cos cinco continentes passaram a abrigar campeonatos que contavam pontos para os interessados no sonho olímpico. A federação internacional também lançou em 2011 o programa Cool Volley. Por meio dele, a entidade se compromete a fornecer às escolas todas as ferramentas necessárias para introduzir as crianças no esporte. O programa foi iniciado em Portugal e deve ganhar o mundo ainda neste ano.

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O poder de atração que o esporte vem demonstrando em Londres faz os cartolas da modalidade esfregar as mãos de ansiedade pensando nos próximos Jogos, em 2016, no Rio de Janeiro. “Se deu certo aqui, imagine lá. O Brasil é um país repleto de pessoas apaixonadas pelo vôlei de praia. Será uma excepcional oportunidade para disseminar o esporte”, comemora Richard Baker, da Federação Internacional de Voleibol. Será também uma chance de diagnosticar o potencial do vôlei de praia num local já tão acostumado aos biquínis.

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