A grande novidade dos biquínis e maiôs este ano está no acabamento. Parece detalhe, mas prenuncia uma revolução na indústria de moda praia. É o corte a laser, uma tecnologia francesa que elimina a costura, a bainha interna e tem estrutura totalmente aderente à pele. Além de ser confortável porque elimina o elástico que aperta bumbum e seios, a técnica permite inovar as modelagens recortando desenhos. No Brasil, está sendo usada com sucesso em calcinhas e sutiãs. Na Europa e nos Estados Unidos, o método, conhecido por silicone termocolocado ou ionização do tecido, já foi consagrado para a moda praia e chega ao País por meio de poucas grifes,
entre elas as cariocas Lenny e Salinas e a paulistana
Rosa Chá. Pela praticidade e beleza, a consumidora vai
desembolsar algo em torno de 20% a mais do que pagaria
por um maiô normal. Mas, num país tropical, comprar um
bom biquíni é um investimento.

O processo é simples. Trata-se de uma fita parecida com durex (importada) que estica como silicone. Após cortar o biquíni, aplica-se essa fita no acabamento utilizando o laser. Em temperatura certa, a fita derrete até fundir-se ao tecido. A única restrição são as cores claras, porque são transparentes. “Não pode usar forro e isso descarta o branco e afins”, explica a criadora da grife Lenny, que optou por formas como ondas ou ziguezague na coleção que está chegando às lojas.

A Salinas preferiu “brincar” com recorte de desenhos. “Estamos recortando coração, florzinha, lua, para que virem tatuagens naturais – ou seja, fixadas na pele pelo sol”, diz a estilista Jaqueline de Biase. Um dos pontos altos da coleção serão as peças com o famoso calçadão de Copacabana, com as ondas coloridas recortadas. “Nossa proposta é personalizar o trabalho”, afirma Jaqueline. A tatuagem natural também está sendo desenvolvida pela Rosa Chá, que, segundo o estilista Amir Slama, prevê pequenos desenhos também nas costas e abusa da criatividade em maiôs com crustáceos contornando a barriga.

Apenas uma outra surpresa dessa grife rivaliza com as peças recortadas: a impressão de fotos em biquínis ou sungas – certamente, um outro modismo do verão. “O cliente leva uma foto na loja, assina um termo de responsabilidade sobre o uso da imagem,

escolhe o modelo e recebe o produto em 15 dias”, explica Slama. Em média, a grife recebe oito pedidos por dia no Rio de Janeiro e em São Paulo. São namorados homenageando o objeto da paixão, mães exibindo os filhos e até gente estampando fotos de cães e gatos. Sem ditadura de modelagens, texturas ou cores, este verão será de bom humor e brincadeiras. Pelo menos, no corpo.