Na ilha grega de Zakynthos era possível encontrar até taxista com atestado de cegueira: a incidência dessa condição entre a população insular era nove vezes superior à média europeia. Longe do que se possa pensar, no entanto, Zakynthos não vivia uma epidemia de deficiência visual, mas, isso sim, o desespero de seus cidadãos pela falta de emprego. Acuados, médicos, trabalhadores e fiscais da prefeitura montaram um sofisticado esquema para fraudar atestados de cegueira. O objetivo: conseguir os 380 euros mensais dispensados pelo governo para cada cego no país. Estima-se que os falsos cegos de Zakynthos tenham embolsado dois milhões de euros nos últimos anos.