Conheça, em vídeo, as principais mulheres da vida do roqueiro:

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MITO REVISTO
Jagger em foto da década de 1980: até hoje,
um dos maiores sobreviventes do rock

Aos 23 anos, o roqueiro Mick Jagger já andava preocupado com as rugas que hoje moldam o seu célebre rosto de pop star: “Tenho medo de envelhecer. São poucas as pessoas velhas que são muito felizes. Quando suas mentes param de pensar sobre o presente e o futuro, elas ficam presas ao pas­sado, e acabam muito chatas”. Lida nos dias de hoje, a declaração soa emblemática: quase 50 anos depois, o próprio cantor se desmentiria ao dizer que sobrevive ao rock and roll com a “ajuda da tecnologia”. Antecipando as comemorações de seus 70 anos, em 2013, sai no Brasil “Jagger, A Biografia” (Benvirá), livro do renomado biógrafo americano Marc Spitz – que já escreveu sobre outro mito da música pop, David Bowie – no qual se desenha a outra face do homem que é definido pelo autor como “a menos sentimental
de todas as estrelas do rock”.

Falar de Mick Jagger sem tocar no seu parceiro de banda Keith Richards é como descrever Caim sem lembrar de Abel. Dessa forma, Spitz deixa claro que não difamará Richards – o preferido dos stonianos – para enaltecer seu biografado. Ele mostra como Jagger cunhou em torno de si o mito de bad boy e astro diabólico, ao cobiçar a mulher do melhor amigo ao mesmo tempo em que, por exemplo, autorizou que uma música de sua autoria que faz ode à heroína, fosse usada em um comercial de refrigerantes. Não à toa, o autor detalha com ironia a polêmica nomeação do roqueiro, apelidado de Brenda, como cavaleiro do Império Britânico, em 2003, e a polarização de opiniões que o fato desencadeou na Inglaterra. “Ele não foi o primeiro roqueiro a receber a honraria, mas certamente foi o mais rústico”. Sabe-se que, mesmo nesse quesito, a rivalidade entre Beatles e Stones sempre pintou com as piores tintas as chamadas “majestades satânicas”.

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RIVAIS
Keith Richards (à esq.) teve a sua mulher roubada
pelo parceiro musical: relação de amor e ódio

Pelas páginas do livro se depreende logo que Jagger fez o diabo. A começar por sua relação com as mulheres. Considerada a sua primeira musa, a cantora e atriz Marianne Faithfull estava grávida da filha Corinna quando explodiu nos tablóides no outono de 1968 a notícia de que o marido estava tendo um caso com Anita Pallenberg, justamente a mulher de Keith Richards. Mesmo assim, tudo parece continuar bem para nosso herói. Don Juan inventerado do show biz, ele teve até uma relação duradoura com a atriz americana Jerry Hall, que se iniciou em 1977 e sobreviveu a inúmeros casos de infidelidade – entre as beldades aparece a ex-primeira dama francesa Carla Bruni. O casamento com a classuda Jerry terminou 22 anos depois, justamente quando Jagger teve um filho com a brasileira Luciana Gimenez – ela também estava grávida de um menino. Para ilustrar esse momento, Spitz lembra um trecho da música “Waiting on a Friend” em que o vocalista dos Stones declara que “fazer amor e destruir corações é um jogo para os jovens”. O autor alfineta: “É provável que isso seja uma das coisas que o mantiveram jovem”.

O Brasil é cenário de uma curiosa passagem do livro, quando Jagger e Jerry Hall filmariam o vídeo clipe da música “Half a Loaf” no Rio de Janeiro, em 1985: “Dezenas de dançarinos, toneladas de luzes e de equipamentos e horas de filmagem para… bem, não se sabe exatamente para quê”. O vídeo musical acabou não saindo e, além de ilustrar o lado perdulário do roqueiro, mostra até que ponto ele se arrisca em suas aventuras. “Jagger foi enrolado por uns travestis brasileiros e terminou fugindo escondido na traseira de um caminhão”, conta Spitz.

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Se o músico é retratado como um inconseqüente que rema conforme a maré do prazer, algumas passagens evidenciam um admirável poder de enlouquecer os amigos à sua volta. Um deles foi o escritor Truman Capote. A ideia de ser o assunto de uma reportagem escrita pelo autor de “A Sangue Frio” poderia representar uma armadilha para um astro cheio de idiossincrasias como ele. Convidado a acompanhar os Stones durante a sua turnê americana de 1972, Capote, vinte anos mais velho que os roqueiros, entediou-se com a rotina de festas em andares inteiros de hotéis regadas a “um suprimento infinito de cocaína farmacêutica”. Caiu em depressão. Mais tarde, referiu-se a Jagger no programa de Johnny Carson como “tão sexy quanto um sapo fazendo xixi”. Com Andy Warhol, amigo pessoal do vocalista, ele foi mais ameno. Chamou-o não de cantor, mas sim de ator: “Um dos mais completos que eu já conheci”.

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DE A a Z
Livro vai da infância numa família de classe
média ao título de cavaleiro da coroa britânica

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Fotos: Michael Putland/Getty Images; Keystone/Hulton Archive/Getty Images; Johnny Boylan/Rex Featur MACARENA LOBOS/AG.O DIA


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