FBI americano e a Polícia Federal brasileira fecharam um acordo para investigar o destino do dinheiro sujo que transitou por contas da agência do Banestado em Nova York. A devassa começará pelo rastreamento dos US$ 659 milhões que transitaram entre 1996 e 1997 pela conta da offshore June International Corporated e incluirá os repasses dirigidos a outra conta suspeita: a Tucano, no banco Chase de Nova York. Boa parte dos US$ 56 milhões que transitaram pela Tucano naqueles anos partiu da June, operada pelo doleiro paranaense Alberto Youssef, um dos maiores do País. O FBI vai
esmiuçar as movimentações de Youssef por suspeitar de seu envolvimento em um esquema no qual empresas americanas faziam doações simuladas a entidades assistenciais brasileiras para abater despesas fictícias no Imposto de Renda local.

A papelada apreendida no Banestado inclui recibos de doações milionárias e indica que a caridade foi contabilizada nos balanços das doadoras, mas o dinheiro foi desviado para paraísos fiscais. A PF, que enviou aos EUA uma força-tarefa para recolher mais documentos, também investiga novos vínculos da conta Tucano, além dos já identificados com o ex-caixa de campanha do PSDB, Ricardo Sérgio de Oliveira, e seu ex-assessor, João Bosco Madeiro, que seria o responsável pela operação. Agora, suspeita-se que a Tucano tenha conexões com empresas no paraíso fiscal de Luxemburgo.


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