As investigações sobre as contas de fiscais de renda do Rio de Janeiro e auditores da Receita Federal em um banco suíço, reveladas por ISTOÉ, passaram a ter como alvo duas empresas offshore. A Polícia Federal investiga a irlandesa Trading Invest, que é acionista majoritária da Coplac Consultoria e Promoções, representante no Brasil do Discount Bank and Trust Company, da Suíça, onde pelo menos US$ 34,4 milhões dos fiscais e auditores foram depositados. Os procuradores da Trading Invest no Brasil, Chaim Zalcberg e Antonio Wanis Filho,
serão intimados a depor. Os dois outros sócios da Coplac, Herry Rosemberg e Ronaldo Adler, tiveram o sigilo fiscal, bancário e
telefônico quebrado. Na última semana, a PF ouviu dez funcionários
da Coplac e seis ex-funcionários da empresa, no inquérito que apura evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

A outra empresa é a Villa Del Monte Corporation, com sede nas Ilhas Virgens, cujo procurador no Brasil é Geraldo Moreira Barbosa, que, além de procurador do Estado, foi ex-subsecretário especial de Fazenda na época em que Carlos Antonio Sasse era o secretário e os fiscais Rodrigo Silveirinha, Lúcio Picanço, Rômulo Gonçalves e Carlos Eduardo Ramos tinham bastante poder no governo. Barbosa depôs na CPI da Assembléia Legislativa que apura o caso e causou estranheza ao admitir que não conhece os diretores da empresa nem seu ramo de atuação. Ele confirmou que comprou dois imóveis em nome da Villa Del Monte, no valor de R$ 500 mil. “Agora vamos procurar saber se esta offshore tem relação com Silveirinha e companhia”, diz o deputado Edmilson Valentim (PCdoB). No início da semana, os integrantes da CPI resolveram não convocar o ex-governador Anthony Garotinho para depor. Um levantamento feito nos autos de infração aplicados pelos fiscais entre janeiro de 1999 e abril de 2000 revela que o valor total de multas perdoadas pela Secretaria da Fazenda chegou a R$ 737 milhões, segundo o jornal O Globo.