Brasil está definitivamente inserido no mundo do vinho. A afirmação, otimista, é do enólogo gaúcho Gilberto Petrucci, que presidiu o Primeiro Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, ocorrido na semana passada em Bento Gonçalves, no interior do Rio Grande do Sul. Realizado pela Associação Brasileira de Enologia (ABE), o concurso teve a chancela das duas maiores entidades da vitinicultura mundial, a Office International de la Vigne et du Vin e da Union Internationale des Oenologues. É a primeira vez que o País sedia um evento desse porte, o que credencia a qualidade dos produtos nacionais. Além do Brasil, participaram outros 11 países, entre eles grandes produtores como França, Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, Argentina e Chile. Foram inscritos 409 vinhos (50% eram nacionais), que foram divididos nas categorias branco seco, tinto seco, licorosos, aromáticos, espumantes, entre outras.

O júri internacional foi composto por 20 degustadores, entre enólogos e jornalistas, 12 deles estrangeiros. Dentro de um critério rigoroso, que segue regras internacionais, como a de não saber o país de origem nem a uva do produto que se está provando, a equipe de avaliação concedeu uma medalha de ouro especial para o tinto chileno Generation 2000, da Casa Silva, e 52 medalhas de ouro para vinhos de diversas categorias. Dessas, 20 foram para brasileiros: 12 para espumantes, cinco para tintos e 3 para brancos. “Estamos em êxtase”, diz o enólogo Gilberto Petrucci. “Além de recebermos elogios pela organização do evento, nossos espumantes foram os grandes ganhadores.”

Tanto sucesso tem razão de ser. O clima
e o solo do sul do País favorecem o cultivo das uvas moscatel, das quais se extrai
os espumantes doces, e chardonnay, matéria-prima dos secos – inclusive o champanhe. Além disso, as vinícolas nacionais dispõem de boa tecnologia
para a produção desse tipo de vinho. Por isso, o País conta hoje
com 60 marcas de espumantes. “Somos os melhores produtores da América Latina”, afirma Petrucci. Depois desse concurso, a tendência
é aprimorar a qualidade, já que um dos objetivos dos produtores é comparar seus produtos e avaliar se estão no caminho certo. Além,
é claro, de facilitar a comercialização dos vinhos.

 

 

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