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TROCA
Indicado pelo senador Renan Calheiros (direita),
Sérgio Machado (à esq.) será substituído na Transpetro

Especialista no setor, a presidenta Dilma Rousseff está decidida a controlar de perto a área energética do País e para isso deve afastar o PMDB de cargos importantes do governo. Desde que trocou o Ministério de Minas e Energia pela Casa Civil em 2005, Dilma nunca deixou de acompanhar o setor, embora tivesse dificuldades para interferir nas gestões controladas por peemedebistas. Ao assumir a Presidência, no entanto, ela começou a pôr em prática sua estratégia de deixar o setor cada vez mais perto de si, com a troca dos comandos da Eletrobras e de Furnas, e a nomeação de Graça Foster para a presidência da Petrobras. Uma das primeiras medidas de Foster, técnica de inteira confiança de Dilma, foi exonerar diretores indicados para a estatal por políticos ligados ao PMDB. Caíram Jorge Zelada, da Área Internacional, que tinha o apoio pelas bancadas de Minas Gerais e Rio de Janeiro, e Paulo Roberto Costa, de Abastecimento, que devia seu cargo a um consórcio formado por PMDB, PP e PT. Agora, a troca de comando deverá ocorrer na Transpetro, pilotada pelo ex-senador Sérgio Machado, indicado pelo PMDB na cota de Renan Calheiros (AL). Há alguns dias, a própria presidenta informou a Renan, líder do partido no Senado, que fará a substituição.

Também deverá perder o posto o diretor da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, indicado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que não tem assegurada sua permanência no cargo. O ministro é aliado de primeira hora do presidente do Senado, José Sarney, a quem Dilma já expôs seu projeto. Para não causar maiores atritos com o principal partido da base aliada, a presidenta disse a Sarney que irá apoiar a candidatura de Lobão para a sucessão da presidência do Senado.

O pacote negociado com Sarney incluiu a filiação ao PMDB, em março passado, do atual secretário-executivo de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que deverá assumirá o comando da pasta no lugar de Lobão. O acordo, no entanto, não satisfaz a todos os caciques peemedebistas e o vice-presidente Michel Temer já tem se empenhado em aparar arestas. Como sempre, o PMDB ameaça dificultar votações de interesse do governo para ganhar mais espaço e empregos. O problema é que não há na agenda imediata de Dilma nenhuma pauta que dependa do Congresso e no calendário eleitoral será difícil ao PMDB trombar com a popularidade da presidenta.

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