Na quinta-feira 14, a 48 horas das eleições presidenciais, a Suprema Corte Constitucional do Egito decidiu dissolver o parlamento do país – o primeiro em décadas que fora eleito democraticamente. Mais: declarou inconstitucional uma lei aprovada pelos deputados há duas semanas que impedia a candidatura de Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro da era de Hosni Mubarak. A manobra, que prejudica sobremaneira a Irmandade Muçulmana, detentora da maioria no Legislativo e do favoritismo na corrida presidencial, é expressamente um golpe de Estado.