Cabe a uma pesquisadora brasileira o mérito de ter desenvolvido a primeira vacina do mundo contra a esquistossomose, segunda doença endêmica do planeta entre aquelas que são causadas por parasitas – no Brasil, ela atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas. A pesquisadora pioneira chama-se Miriam Tendler (foto) e trabalha como epidemiologista no Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. O seu trabalho, em suas próprias palavras à ISTOÉ, divide a ciência no Brasil entre passado e futuro: “Nosso país sempre esteve no centro das pesquisas ligadas à produção de vacinas, mas de maneira muito cruel. Nossa contribuição era a de ter as doenças.” A viabilidade econômica de seu projeto foi garantida com o estabelecimento de uma Parceria Público-Privada entre a Fiocruz e um grupo nacional do setor agropecuário interessado no desenvolvimento da vacina animal derivada da mesma proteína-base (a Sm14). A versão humana acaba de ser testada com sucesso em sua etapa clínica preliminar.