Doze novas espécies de insetos e de 14 a 22 peixes nunca antes vistos. Esse é o saldo de uma expedição que levou 44 pesquisadores à bacia do rio Sepotuba, na confluência entre a Floresta Amazônica, o Pantanal e o Cerrado, no Mato Grosso. Durante 20 dias, os cientistas percorreram 600 quilômetros de rios e mil quilômetros
de terra e descobriram espécimes exclusivos da região, como a libélula
de asas azul-brilhantes.

No reino das águas, as novidades foram o pial, peixe com o corpo coberto por oito manchas amarelas, e o pacu-borracha, coalhado de pequenas manchas vermelhas, que recebeu esse nome por sua maleabilidade ao ser erguido da água. “Não há nada parecido com essas espécies no Pantanal”, diz Reinaldo Lourival, coordenador da pesquisa.

A equipe catalogou 580 variedades de flores e plantas. Uma das mais abundantes é o maracujá do mato. O estudo coordenado pela Conservation International do Brasil, ONG que mapeia os pontos prioritários para a conservação no mundo, visa apontar os locais com grande valor biológico, para evitar a destruição de espécies ainda desconhecidas da ciência. Na primeira edição, em 1998, descobriram-se 40 espécies de animais.