Mais uma daquelas que os tucanos chamam
de “mera coincidência”…
Gugu Liberato, apresentador do Domingo legal e do Sabadão, no SBT, está prestes a ganhar uma estação geradora de tevê em São Paulo. Mas não venham os maldosos dizer que tem coisa política aí. É apenas mera coincidência o fato de ele ser também garoto-propaganda da campanha do Ministério da Saúde em favor dos remédios genéricos. É também mera coincidência o fato de ter ido, na quinta-feira 21, ao gabinete do ministro das Comunicações acompanhado de seu grande amigo, o ex-ministro da Saúde José Serra. Aliás, é também coincidência, mera coincidência o fato de Serra ser candidato à Presidência. Gugu nem sabia disso quando levou o então ministro ao seu programa e se desmanchou em elogios. Os dois são apenas bons amigos. E foi em nome dessa amizade que Serra resolveu acompanhá-lo no mesmo carro ao Ministério das Comunicações. A pasta, por sinal, é comandada por Pimenta da Veiga, que, por mera coincidência, é hoje o mais cotado para assumir a coordenação da campanha de Serra.

Sarney, o problema
A cúpula do PMDB está fazendo na ponta do lápis as contas para a aliança com o PSDB. A situação é complicada. Em sete Estados não há problemas, em seis é praticamente impossível unir os dois partidos. Nos demais 14 Estados, a situação está completamente indefinida. Como as convenções têm dividido o PMDB ao meio, qualquer dissidência pode inviabilizar a coligação. São sempre citados os 30 votos que José Sarney controla na convenção do PMDB.

PFL versus Aloysio
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, tem dito aos amigos que pode ter sido feito de bobo pelo ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, quando almoçaram juntos, na fatídica sexta-feira 1º em que o escritório de Roseana Sarney recebeu a visita da PF. É que, em meio ao almoço, Aloysio recebeu um telefonema estranho, levantou e saiu para falar escondido. Bornhausen desconfia de que, naquele momento, Aloysio estava sendo informado da operação.

À procura do vice
Parece provocação, mas foi sério. O ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS) sondou o companheiro Pedro Simon se ele aceitaria ser indicado pelo PMDB como vice na chapa com o tucano José Serra. Simon, que é um dos críticos mais ferozes do governo FHC e assina todas as CPIs contra o governo, nem quis saber do assunto.

Rápidas

Ainda vai virar caso de polícia. Fala-se no Congresso em corrupção da brava numa instrução normativa do governo federal abrindo mão de receitas no Espírito Santo.

O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) vai presidir a Comissão Mista do Congresso de Controle de Atividades de Inteligência. O comunista é que vai fiscalizar a Abin.

De um observador atento do PMDB: o ministro Raul Jungmann ainda
não desistiu de sua candidatura à Presidência. Talvez para tentar ser vice de Serra.

Com a fiscalização na fazenda de Inocêncio de Oliveira, o ministro
do Trabalho, Francisco Dornelles, tornou-se o queridinho do Palácio
do Planalto.