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CELEBRAÇÃO
As ruas de Londres estão decoradas por causa do Jubileu:
quatro dias de festa com desfile de mil barcos pelo Tâmisa

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Ela está por toda a parte. Em chocolates, biscoitos, louças, bandeiras, capas de revista, moedas e máscaras. Em exposições no Victoria and Albert Museum, na National Portrait Gallery, na Abadia de Westminster e no National Maritime Museum. A Inglaterra está tomada pela imagem da rainha Elizabeth II, e pontos turísticos de Londres – como a Picadilly Circus e a Oxford Street – estão enfeitados com a bandeira inglesa, num claro sinal de orgulho patriótico. Os 60 anos de reinado da monarca mais popular do planeta dominam as vitrines, tanto da sofisticada Harrods, que lançou uma coleção de 31 coroas especialmente confeccionadas por joalheiros, estilistas e designers, quanto das lojas de suvenires. Até um lote de 60 garrafas de uísque a incríveis R$ 322 mil cada uma foi lançado para celebrar o Jubileu de Diamante. Todo mundo quer lucrar com a soberana inglesa. “A rainha vende”, resume Mary Smith, que trabalha no comércio de rua da Trafalgar Square.

O ápice das comemorações ocorre entre o sábado 2 e a terça-feira 5 de junho. No feriadão de quatro dias, sua majestade irá a uma corrida de cavalos, participará de uma procissão de mil barcos no Tâmisa, de um concerto no Palácio de Buckingham e de uma celebração religiosa na Catedral de Saint Paul. Aos 86 anos, Elizabeth II demonstra um pique invejável para cumprir seus compromissos profissionais e frescor para continuar atraindo os holofotes após seis décadas no poder. Depois de anos dominados por escândalos, divórcios e a trágica morte da princesa Diana, os Windsor estão em plena forma. O casamento real no ano passado e o Jubileu da rainha deram novo fôlego à realeza, que acaba de alcançar 80% de aprovação, o melhor índice em 20 anos. E isso se traduz em números. Há estimativas de que as celebrações reais este ano possam injetar até R$ 32 bilhões na economia inglesa, segundo o jornal Daily Telegraph, com milhares de visitantes lotando hotéis, restaurantes e lojas em Londres.

O setor do turismo é um dos maiores beneficiários do charme da monarquia britânica. Uma pesquisa da organização VisitBritain afirma que a família real gerou cerca de R$ 1,6 bilhão em 2009 de um total de R$ 14,8 bilhões gastos por estrangeiros no Reino Unido. Dos turistas que visitaram o país no ano passado, 5,8 milhões estiveram em um castelo. Os brasileiros, os russos e os malaios são os mais propensos a conhecer locais relacionados à realeza. A Torre de Londres, onde Ana Bolena foi decaptada, é a preferida, atraiu 2,4 milhões de estrangeiros no ano passado. Mesmo o Palácio de Buckingham, que só fica aberto dois meses por ano, recebeu 400 mil visitantes. “A monarquia britânica chama estrangeiros para cada canto do país”, diz Sandie Dawe, do VisitBritain, que aposta num ano de bonança por causa do Jubileu e da Olimpíada de Londres.

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DECORAÇÃO
O sisudo Palácio de Buckingham ganhou
iluminação pop com a imagem da rainha

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Os benefícios vão além do turismo. A realeza dá visibilidade a produtos britânicos e os difunde mundo afora. Foi o que ocorreu no ano passado com o casamento do príncipe William com Kate Middleton. O vestido da noiva, da grife inglesa Alexander McQueen, projetou o nome da marca para uma audiên­cia global. Cerca de 800 empresas privadas, da Rigby and Peller, fabricante dos sutiãs da rainha, à Jaguar, de carros de luxo, têm um selo de garantia real. E isso agrega valor às marcas.

A rainha, é claro, custa dinheiro aos cofres públicos. No ano passado, ela recebeu R$ 103 milhões do Tesouro. Entre as monarquias europeias, só perde para a holandesa, com repasse de R$ 107 milhões. Per capita, é um valor irrisório, apenas R$ 1,64 por contribuinte inglês. Nos últimos cinco anos, a crise econômica apertou os cintos até da realeza e os desembolsos foram reduzidos em 19%. Críticos da monarquia, porém, estimam que a família real implique gastos de cerca de R$ 646 milhões por ano por causa do alto custo com segurança, sobretudo quando há grandes eventos, como o casamento do príncipe no ano passado e o Jubileu neste ano. Nada que ofusque o encanto e o fascínio exercido há mais de um século pela dinastia de Windsor.

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