Assista ao vídeo e saiba como funciona essa gigantesca estrutura:

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FUTURO?
Pesquisador australiano dentro de redoma
com alta concentração de gás carbônico

As emissões de gás carbônico causadas pelo homem acabam de atingir um novo recorde. Segundo levantamento da Agência Internacional de Energia divulgado na última semana, em 2011 alcançamos a marca de nada menos que 31,6 bilhões de toneladas de CO2 liberadas no ar. Ao se levar em conta que a humanidade nunca esteve tão consciente de seu potencial poluidor, podemos imaginar uma grande nuvem de fumaça preta pairando sobre o futuro do planeta.

Considerando o cenário atual, cientistas estão se empenhando em descobrir os efeitos do aumento nos índices de gás carbônico sobre os ecossistemas da Terra. Para determinar as consequências com precisão, um conjunto de universidades australianas decidiu testar a teoria na prática. Encerraram vários pés de eucalipto em gigantescas redomas de vidro e liberaram gás carbônico. O objetivo é mensurar quanto CO2 as árvores são capazes de absorver e descobrir quais mutações ocorrem na fisiologia das espécies. “Os resultados mostraram que as plantas passaram a usar menos água em consequência do aumento de gás carbônico. Também observamos mudanças na regulação da fotossíntese”, diz o especialista em ciências ambientais da Universidade de Tecnologia de Sydney e pesquisador do projeto, Derek Eamus.

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As redomas repletas de poluentes serviram de ensaio para um experimento ainda maior. Para poder acompanhar a interferência do efeito estufa no ecossistema das florestas da Austrália, os pesquisadores construíram gigantescos anéis em volta de pés de eucalipto nativos (leia quadro). A estrutura libera CO2 até elevar a concentração para 550 ppm (partes por milhão), índice que poderá ser a realidade do planeta dentro de 35 anos, caso nada seja feito para diminuir os níveis gerados pelo homem. Experimentos semelhantes já foram colocados em prática em florestas americanas e europeias, mas é a primeira vez que é realizado no hemisfério sul do planeta. Para evitar gerar mais poluição, os pesquisadores usam gás carbônico proveniente de indústrias, que tem sua concentração reduzida antes de ser usado nos estudos.

E como será o planeta com alta concentração de CO2? De acordo com o líder do projeto, o professor da Universidade de Sydney Ocidental David Ellsworth, é possível que o impacto do efeito estufa seja mais nocivo para espécies de plantas menos comuns. “O mundo com maiores taxas de gás carbônico na atmosfera provavelmente será mais quente e terá quantidades diferentes de espécies de plantas das que temos hoje. Não sabemos o que vai acontecer com as espécies raras, mas elas possivelmente não vão experimentar ganhos na fotossíntese como as espécies mais abundantes ou de crescimento mais rápido”, explica.

Se não conseguirmos reduzir as emissões de gases nocivos nos próximos 35 anos, pelo menos já estamos tendo uma ideia de como o planeta será. Primeira conclusão: de acordo com os experimentos de Ellsworth e seus seguidores, teremos muito menos espécies de plantas para apreciar.

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