18/05/2012 - 15:57
Imagine se, em vez de mulheres de carne e osso, quem se exibisse nas vitrines das famosas casas de strip tease, “peep shows” e bordéis do Bairro da Luz Vermelha, em Amsterdã, fossem seres iguaizinhos a elas, mas feitos de chips e circuitos eletrônicos?
Pois é isso o que propõem pesquisadores da Universidade Victoria, na Nova Zelândia. Em artigo para a revista “Future”, eles defendem que a prostituição na cidade holandesa, um dos mais conhecidos destinos de turismo sexual, passe a ser realizada por robôs até 2050.
Para os autores, esse cenário seria mais saudável, já que os andróides não transmitiriam doenças sexuais e essa modalidade desestimularia o tráfego humano e a exploração de mulheres por gigolôs.
O parceiro perfeito?
Robôs para fins sexuais já são uma realidade. Os andróides fabricados pela americana True Companion, por exemplo, reagem ao toque, movimentam as “áreas intímas” e até conseguem manter um diálogo, dependendo da versão. Além disso, o cliente pode escolher traços de personalidade para o seu robô.
Mas uma relação desse tipo não careceria de emoção? ”Algumas pessoas podem preferir um estilo de vida menos apaixonado e mais estável, e por isso optar por parceiros robôs”, diz Ian Yeoman, um dos autores do artigo, em entrevista a ISTOÉ.
Para a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo, essa frieza seria um empecilho, sim. “Acredito que os robôs podem se tornar mais um artifício para incrementar a vida sexual, mas não aposto em uma substituição na prostituição”, diz.