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MAPA-MÚNDI
Tela “Flatland”(acima), mural com nove metros, e pintura
sobre papel são novos territórios explorados por Janaina Tschäpe

“Flatland”, a nova individual de Janaina Tschäpe em São Paulo, é o título de uma tela monumental, que centraliza a exposição. É também o título de um romance (“Flatland: a Romance of Many Dimensions”, de Edwin Abbott Abbott), mas funciona ainda como definição para os novos territórios explorados pela pintura da artista alemã radicada no Brasil. Nesse mural de nove metros de comprimento, composto predominantemente em tons de azul, desenha-se uma espécie de mapa-múndi de um universo plástico pessoal.

A tela inaugura uma nova pesquisa com geometrias, que coloca em oposição e em complementaridade gestos programados ou produzidos ao acaso. O resultado é uma imagem que traduz uma matemática imprecisa e relativa. “Imagine uma grande folha de papel em que linhas retas, triângulos, quadrados, pentágonos, hexágonos, e outras figuras, ao invés de ficarem fixas em seus lugares, se movimentassem livremente…”, é um trecho do livro usado como guia pela artista, para seu novo percurso geométrico. O texto fala de um país e de habitantes que vivem entre essas formas instáveis. Em continuidade às palavras do escritor, as pinturas de Janaina Tschäpe também se modificam e criam modelos de vida peculiares.

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Além de “Flatland”, 20 pinturas produzidas em guache sobre papel em cores vivas e vibrantes compõem a exposição. Elas são como estudos artístico-científicos para novas formas de vida: elementos nucleares que se projetam, se fundem e se precipitam uns contra os outros, reformulando suas estruturas; esferas elásticas, moldáveis, que se prolongam em linhas ou se espalham em manchas de cor. As pinturas de Janaina Tschäpe são como desenhos animados, que não se deixam conter nos limites do papel ou do plano do quadro. PA