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RETAGUARDA
Gustavo Tsuboi, mesatenista número 1 do Brasil: equipe ultidisciplinar, incluindo acupunturista, 
para melhorar uma tendinite na mão esquerda

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Com o passaporte carimbado para Londres, o mesatenista paulista Hugo Hoyama, 43 anos, será o brasileiro com mais participações nos Jogos: seis. A comemoração do recorde individual do atleta vem acompanhada da transformação pela qual a modalidade passa atualmente. Esporte olímpico acostumado a sobreviver no desamparo, o tênis de mesa já tem quatro jogadores classificados para a Olimpíada. Por critérios da federação internacional que favorecem o desempenho dos brasileiros, mais dois deverão ser incorporados à delegação ainda neste mês. Dessa forma, pela primeira vez na história, a modalidade deverá desembarcar na Inglaterra com meia dúzia de representantes nacionais, superando o retrospecto nos Jogos de Atlanta, em 1996, quando quatro nomes estiveram na disputa.

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A marca inédita vem amparada por outro fato que indica o começo de uma nova era nesse esporte. Há seis meses, todos os atletas da seleção passaram a contar com o suporte de uma equipe multidisciplinar de saúde, com 13 profissionais. Até então o tratamento de uma lesão cabia ao jogador, que recorria a planos de saúde sem a orientação de nenhum médico da confederação. Mesmo contando com apenas 1% dos recursos repassados pelo governo federal referentes à Lei Agnelo-Piva, a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) investiu cerca de R$ 300 mil por ano em profissionais. Apesar do pouco tempo de trabalho, a estrutura médica – fisioterapeutas, psicólogos, preparadores físicos, nutricionista, ortopedista, cardiologista, clínico-geral, fisiologista, ginecologista e acupunturista – foi fundamental para a classificação dos atletas. Assim como um intercâmbio com a França, um dos pólos da modalidade na Europa, realizado há dois anos. A CBTM investe R$ 1,3 milhão para que cerca de 15 atletas passem três meses naquele país por temporada.

Mesatenista número 1 do País, o paulista Gustavo Tsuboi sofria desde o início do ano com uma inflamação no tendão do quinto dedo da mão esquerda. A duas semanas do início do Pré-olímpico, a tendinite limitava seu desempenho. Ortopedista, fisioterapeuta e acupunturista se debruçaram sobre o jogador. Durante o Pré-olímpico, no qual competiu com o dedo imobilizado, Tsuboi recebeu tratamento na quadra e no hotel, após as partidas. “Nunca tivemos acompanhamento sério de médicos. Veio em boa hora, eu estava precisando”, diz ele, que conquistou a vaga. “Bastou um pouco de infraestrutura, o que permite o desenvolvimento do esporte, e os resultados inéditos apareceram”, afirma Kátia Rubio, psicóloga do esporte, primeira mulher não médica a coordenar uma equipe multidisciplinar que envolve médicos. Se em menos de um ano o básico de infra-estrutura fez o tênis de mesa alcançar resultados jamais conquistados, imagine o salto que o esporte brasileiro pode dar se isso for colocado à disposição dos atletas em um ciclo olímpico.

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