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Assistido de perto até mesmo por alguns de seus principais jogadores, entre eles o capitão Puyol e os meias Iniesta e Xavi, na entrevista coletiva em que confirmou a sua saída do Barcelona, o técnico Pep Guardiola admitiu nesta sexta-feira que a sua relação com os jogadores já estava desgastada depois de quatro anos sob o comando do time.

Nem mesmo os 13 títulos conquistados em 17 campeonatos disputados na era mais vitoriosa da história do Barcelona foram suficientes para convencer o próprio Guardiola de que ele deveria seguir no clube. "Foram quatro longos anos e o tempo desgasta tudo. Para estar aqui, nesta cadeira, três vezes por semana durante quatro anos tem que ter muita paixão, muita vontade", afirmou o treinador, em entrevista coletiva, admitindo que não sentia mais o mesmo prazer de outros tempos no cargo.

Guardiola ainda negou que a eliminação na Liga dos Campeões da Europa diante do Chelsea, após empate por 2 a 2 na última terça-feira, em Barcelona, tenha sido determinante para a sua saída. "Foi uma decisão pessoal, um jogo não muda todo um trabalho de quatro anos", opinou, revelando que já tinha tomado a decisão de deixar o clube há algum tempo, mas que não podia tornar pública a sua decisão para não atrapalhar o time em meio à disputa da Liga dos Campeões e do Campeonato Espanhol.

"Já havia comunicado ao presidente (Sandro Rosell) que o final do meu ciclo estava perto, mas não podia dizer aos jogadores, para evitar reações desastrosas. Agora creio que é o momento, já que estamos fora das competições importantes", completou, também deixando claro que não vê mais condições de o Barcelona desbancar o líder Real Madrid neste Espanhol.

O treinador também se desculpou por ter gerado grande expectativa em relação ao seu futuro durante este período final do seu contrato, que expira ao final desta temporada do futebol europeu. "Lamento muito por toda a incerteza que eu criei ao longo deste tempo sobre o meu futuro, talvez isso tenha sido um erro meu", admitiu.

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De saída do clube, com o qual tem contrato até 30 de junho, Guardiola ainda manifestou apoio ao trabalho do seu assistente-técnico Tito Vilanova, que foi confirmado nesta sexta-feira como novo treinador da equipe. "Saio com a sensação de ter estado aqui com muito orgulho. Este é um clube de uma força, uma vida e uma potência incríveis. Não tenham medo, o técnico que me sucederá está mais do que capacitado para dar continuidade ao meu trabalho", respaldou.

Já ao falar sobre o seu próprio futuro, Guardiola revelou que espera estar comandando uma nova equipe em breve, mas apenas depois de um período de descanso após uma longa era de trabalho e vitórias no Barcelona. "Em cada dia, durante quatro anos, as exigências são muitas, assim como a pressão e a energia necessária para incentivar os jogadores e aproveitar isso. Preciso descansar e seguir com outros projetos", avisou.


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