Na semana passada, numa decisão inédita, coube ao juiz Guilherme Dezem o mérito da limpeza. Ordenou que na certidão de óbito do ex-guerrilheiro do PCdoB João Batista Drumond passe a constar: “morte decorrente de tortura física no DOI-Codi”. Segundo a ditadura, ele morrera atropelado. ISTOÉ falou com exclusividade, por telefone, com a viúva Maria Ester Drumond em Paris:
Por que a família assinou o atestado de óbito?
Meu sogro foi obrigado pelo IML, por um tal de doutor Rangel. Era a condição para enterrar o corpo.
O que motivou a sra. nessa luta?
Meu sogro assinou chorando. Jurei que iria mudar esse atestado.
Em algum momento a sra. esmoreceu?
Nunca. Foram 36 anos de luta. Nem consigo descrever a felicidade.
Qual a importância de mudar a certidão?
Não preciso mais andar com uma mala cheia de dossiês para provar que sempre falei a verdade.