Não foi o presidente Mahmoud Ahmadinejad o responsável pelo mais recente e vergonhoso constrangimento diplomático entre o Brasil e o Irã. As suas bravatas perderam feio para a mão boba do conselheiro da embaixada iraniana em Brasília, Hekmatollah Ghorbani. Ele está sendo acusado de estupro: teria tocado as partes íntimas de quatro meninas durante um mergulho na piscina do tradicional clube Vizinhança 1. As garotas têm entre 9 e 15 anos e contaram o caso a seus pais, que encaminharam denúncia ao Ministério das Relações Exteriores. Percebendo que o escândalo emergira, Ghorbani sorrateiramente deixou o Brasil na semana passada. A embaixada praticamente o incriminou ao tentar suavizar o episódio pela “diversidade cultural entre as duas nações”. Balela: no país de Ghorbani, abuso sexual é punido com castigo corporal ou com a morte. O chanceler Antonio Patriota reagiu e cobrou do Irã mais respeito aos tratados internacionais que estabelecem direitos e obrigações dos diplomatas.