05/04/2012 - 17:30
FAÇANHAS
No domingo 1º, Jonathan salta 17,39 m. Abaixo,
Mauro, que ganhou ouro no mundial indoor
O sobrenome de ambos é bem brasileiro – da Silva. E é deles que vem a esperança de o Brasil brilhar no atletismo nas modalidades de salto na Olimpíada de Londres, entre 27 de julho e 12 de agosto. O mais jovem tem nome inglês, Jonathan Henrique da Silva, mineiro de 20 anos que surpreendeu ao alcançar, no domingo 1º, a segunda melhor marca mundial de 2012 no salto triplo: 17,39 m — o equivalente a quatro carros do tipo Kombi enfileirados. A outra promessa é o paulista Mauro Vinicius da Silva, o Duda, 25 anos, que ganhou o ouro com um salto de 8,23 m no mundial de atletismo indoor, realizado na Turquia no início de março. A diferença entre os dois da Silva é que Mauro já tem vaga garantida na equipe de sete atletas que defenderão o País em Londres. Jonathan ainda dependerá da performance de outros competidores, mas dificilmente ficará fora da seleção final, que será divulgada em 1º de julho.
Os dois jovens atletas dão continuidade a uma tradição brasileira de grandes saltadores, que começou com outro “da Silva”. Em 1952, Adhemar Ferreira da Silva (1927-2001) ganhou a primeira medalha de ouro no salto triplo e repetiu a dose em 1956. Depois, Nelson Prudêncio levou a prata em 1968, no México, e bronze, em Munique, em 1972. Na década de 80, foi a vez de João Carlos de Oliveira, o João do Pulo (1954-1999) arrebatar o bronze no triplo, em Moscou. Desde então, saímos do podium.
O ouro feminino conquistado por Maurren Maggi em Pequim (2008), porém, parece ter dado gás à nova geração. “As chances de medalha em Londres são reais”, garante Mauro. “Estou me sentindo bem e sei que posso saltar melhor ainda. Brigarei por uma medalha”, afirmou Jonathan, que antes de ser saltador jogava futebol. Mauro começou cedo no atletismo, mas abandonou a escolinha aos 13 anos por falta de recursos e voltou aos 17. “Quando se consegue juntar atletas talentosos em clubes que dão apoio e treinadores competentes, os bons resultados aparecem”, resume Aristides Junqueira, técnico de Mauro.
