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Uma festa animada, com apresentações de DJs ao vivo, gente jovem e bonita dançando, bebidas alcoólicas e efeitos de luz no teto. A cena, que parece descrever uma balada comum, seria banal se não fosse por um detalhe: ela acontece entre as sisudas paredes de um museu. A velha ideia de que esses locais são propícios apenas à pacata observação de pinturas, esculturas e instalações está ficando cada vez mais fora de moda. Galerias no Brasil e no Exterior têm investido em eventos com música, performances e drinques como uma forma de atrair novos visitantes. A tendência começou há cerca de cinco anos no The Museum of Modern Art (MoMA), de Nova York, mas logo se espalhou para outros espaços dos Estados Unidos, da Inglaterra, Austrália e, mais recentemente, do Brasil.

Em São Paulo, desde maio de 2010, o Museu da Imagem e do Som (MIS) sedia a “Green Sunset”, festa mensal que acontece ao ar livre, no jardim entre o MIS e o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE). Ali, o público pode desfrutar de apresentações ao vivo de DJs e ainda ter acesso gratuito às exposições em cartaz. A iniciativa, segundo conta André Sturm, diretor do museu, surgiu com o objetivo de oferecer algo diferente aos frequentadores habituais, “além de atrair visitantes que ainda não conhecem o local”, diz. Somente na edição mais recente, realizada no dia 10 de março, quase duas mil pessoas compareceram à festa, a maioria delas com idade entre 25 e 40 anos. “Mas vem gente dos 18 aos 70”, afirma Sturm.

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O desejo de conquistar frequentadores entre o público mais jovem foi o que motivou a criação da Festa do MAM, realizada desde abril de 2011 no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. “Temos como finalidade atrair o público jovem, mas também arrecadar fundos para futuras exposições, a exemplo do que acontece em vários museus no mundo”, diz Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand, diretor do MAM. Na balada, que ainda não tem periodicidade definida, estudantes de arte, artistas plásticos e curiosos em geral podem optar por começar com uma visita guiada pelas exposições – com direito a um drinque cortesia – ou ir direto para a festa, que ocorre no terraço do museu até às 2 da madrugada. “Queremos oferecer uma forma de lazer com conteúdo para que as pessoas discutam arte em um ambiente agradável”, afirma Bruno Gouvêa, organizador da festa.

Lá fora, entre as baladas nos museus mais disputadas estão as festas do Club Éphémère, Palais de Tokyo, em Paris, e as noites do Target First Saturdays, no Museu do Brooklyn, em Nova York. Na primeira, franceses e turistas do mundo todo dançam ao som de bandas e DJs no mezanino da galeria, enquanto podem apreciar a bela vista da Torre Eiffel. Já no museu do Brooklyn, artistas como o rapper Kanye West animam o público que vai em busca de diversão, mas também para conhecer o acervo da galeria, que inclui de peças do Egito Antigo a obras de arte contemporânea. O sucesso dessas festas, acredita Sturm, ajuda a desmistificar a cultura como algo sofisticado. “Esses eventos mostram que museus não são lugares mortos, chatos, coisa de velho”, afirma. “Mas, sim, centros culturais com acervo histórico e também com boas opções de lazer.” 

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