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PROTEÇÃO
Por precaução, Bruno já tomou todas as doses do imunizante

Após anos de debates, as autoridades de saúde dos Estados Unidos decidiram recomendar com ênfase que meninos com idade entre 11 e 12 anos sejam vacinados contra o HPV (sigla em inglês do papilomavírus humano). O Centro de Controle de Doença (CDC), órgão do governo americano, aconselha também a chamada vacinação de resgate de jovens de 13 a 21 anos que não foram imunizados na idade certa. Até agora, as vacinas contra o papilomavírus humano eram dadas regularmente apenas em mulheres e meninas. Microorganismo sexualmente transmissível pelo contato entre mucosas, o HPV pode causar verrugas e levar ao desenvolvimento de câncer do colo de útero. Está associado também ao câncer de pênis, tumores anais e de orofaringe.

A manifestação oficial americana foi feita após a divulgação de um relatório mostrando que um em cada 15 americanos tem HPV oral e que o vírus é cerca de três vezes mais comum em homens do que em mulheres. Na maioria das vezes, a infecção é combatida pelo sistema imunológico, mas há casos em que o micro-organismo não é eliminado. Um estudo anterior publicado na revista científica “The New England Journal of Medicine” indicou também que a vacinação de jovens nessa faixa etária reduziu em 90% as lesões genitais nos meninos. O trabalho acompanhou 4.065 homens em 18 países, entre eles o Brasil.

Por aqui, a vacina contra o HPV pode ser tomada apenas na rede privada. Há duas: uma imuniza contra os tipos 16 e 18 e a outra, além desses dois tipos, protege também contra os tipos 6 e 11. São necessárias três doses. A incorporação dessas vacinas ao calendário de imunização público do País está sendo discutida. “É necessário estudar o custo e os benefícios dessa medida. Somente para meninas, a vacinação na rede pública levaria ao incremento de quase três vezes o orçamento do Programa Nacional de Nacional de Imunizações”, disse o epidemiologista Jarbas Barbosa, Secretário de Vigilância em Saúde.

Discute-se também a possibilidade de produzir o imunizante no País. Já a infectologista Rosana Richtman, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, aprova a vacinação dos meninos. “Ela reduz a incidência de verrugas genitais e a transmissão do HPV entre as mulheres, além de proteger do câncer”, argumenta. O administrador de empresas carioca Bruno Zonzini, 22 anos, já tomou todas as três doses da vacina há poucos meses. “É uma proteção a mais.”

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