Nunca houve numa penitenciária da América Latina tragédia igual à que aconteceu em Honduras na semana passada – pelo menos 350 presos morreram asfixiados ou queimados por causa de um incêndio na Colônia Penal Agrícola de Comayagua. Respeitada e admirada pelos funcionários da prisão e pelos próprios detentos em razão do trabalho social como voluntária que sempre desenvolveu nesse setor, a governadora Paola Castro costuma conversar normalmente ao telefone com os presidiários. E foi assim, pelo telefonema de um preso, que ela ficou sabendo que o incêndio começara. Ele teria-lhe dito que outro prisioneiro ateara fogo à cela, dando origem à tragédia. Outra versão dava conta de um curto-circuito. Paola chamou imediatamente os bombeiros. Sem as chaves das celas, eles pouco puderam fazer para evitar as mortes.