A Espanha reviveu nos últimos dias o clima de rivalidade partidária de sua Guerra Civil nos anos 1930. A batalha, desta vez, foi travada no tribunal em que figurava como réu o juiz Baltazar Garzón, conhecido por ter ordenado em 1998 a prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, valendo-se do princípio da jurisdição universal sobre crimes contra a humanidade. Na semana passada, Garzón viu-se no centro de uma disputa entre simpatizantes do Partido Popular (ligado aos nacionalistas que apoiaram o ditador Francisco Franco na Guerra Civil) e do Partido Socialista Obreiro Espanhol (oposição republicana). Acabou sendo condenado: fica 11 anos afastado de suas funções por ter ordenado escutas telefônicas, consideradas ilícitas, entre políticos do Partido Popular acusados de corrupção.