10/02/2012 - 21:00
NO ESPAÇO
“Me convidaram para ir pro Mato Grosso do Sul fazer
uma viagem espacial porque lá tem disco voador”
A socialite carioca Narcisa Tamborindeguy, 45 anos, nasceu em berço de ouro. Filha do empresário da área de petróleo e construção Mário Tamborindeguy, já falecido, tem dois ex-maridos de peso, o diretor global José Bonifácio Brasil de Oliveira (Boninho) e o empresário Carlos Johannpeter, o Caco, primogênito de Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau. Mas tornou-se conhecida pelas polêmicas que colecionou. Narcisa já declarou receber drogas em esquema delivery em casa e admitiu em entrevista – eternizada no YouTube – que gosta de jogar ovos e baldes d’água nas pessoas na rua da janela de seu apartamento no famoso edifício Chopin, vizinho ao hotel Copacabana Palace, na praia de Copacabana. Isso, ela tenta provar, faz parte de uma passado enterrado. Hoje, ela diz que não usa mais drogas, nem sequer bebe álcool socialmente, e não se envolve mais em escândalos. Uma das integrantes do reality show “Mulheres Ricas”, da Band, Narcisa é chamada pelas colegas de programa de narcisista – o que nem ela nega. Mãe das jovens Marianna, 25 anos, e Catharina, 21, atualmente vive uma história de amor com o jornalista Guilherme Fiúza: “Fiquei mais apaixonada ainda quando ele me apoiou e não ficou com vergonha de ser meu namorado.”
"Gosto do Aécio Neves. Ele foi um ótimo governador. Mas
gosto das mulheres no poder. Tô me amarrando na Dilma"
"Gastaria tudo o que tenho para salvar uma vida. Ou quem sabe por
uma caveira de diamantes do Damien Hirst para colocar na porta"
A sra. passou a ser mais reconhecida com a participação no “Mulheres Ricas”?
Sou a mais simpática e a mais popular. Porque eu gosto do povo e de tudo um pouco, sou eclética. Sinto a boa repercussão no meu Twitter, na audiência do meu programa de rádio “Ai, Que Absurdo”.
Qual é a principal diferença entre a sra. e as outras do reality?
Eu sou o que eu sou. Sou a mais autêntica, não sou estudada, entende? Acho que eu sou a mais natural e espontânea.
Algum dia a sra. imaginou participar de um programa como esse?
Fiquei supersurpresa com o convite e não aceitei de cara. Fiquei pensando se eu queria ou não. Uma loucura! Levei um tempo enorme pensando. Gravei a primeira cena e depois mandei desmarcar porque não queria mais. Enlouqueci o direitor Pablo Mazover. Já a minha família aceitou superbem.
Mas suas filhas não aparecem.
Apareceu quem quis, tudo foi muito livre. Minhas filhas não participaram, mas minha mãe e minha irmã Alice Tamborindeguy, que é deputada há seis mandatos e agora vai ser prefeita de São Gonçalo, toparam.
A sra. se intimidou com as câmeras?
Eram milhares de câmeras atrás de mim, mas elas não conseguiram me intimidar (risos). Foi o contrário (risos). Não teve nada ensaiado. Eles chegavam e me viam tomando café, almoçando, jantando, saindo à noite, 24 horas. Um reality show mesmo.
Sua rotina foi muito alterada?
Completamente, né? Não dava para manter, porque você tinha que fazer uma coisa diferente a cada dia. Fui para Buenos Aires, dancei tango, fui ao orfanato Lar de Narcisa e levei presente, fui ao Cirque du Soleil, à rádio, fiz esporte, passeio de helicóptero, essas coisas. Eram umas 12 pessoas da equipe o dia todo, dentro do carro e em todos os lugares. Sete câmeras de cinema, aquelas câmeras enooooormes. Ai, que delícia!
Por que topou participar de um reality show?
Achei que era legal mostrar a minha vida, eu vim ao mundo mostrar que a vida vale a pena ser vivida.
E o medo de expor a sua intimidade, não pesou?
Ah, um pouco, mas resolvi agir e fazer. Agora, as pessoas me amam, vejo isso nas ruas. Virei uma diva. Elas dizem “eu te amo”, meu Twitter aumentou para 150 mil seguidores, mas eu quero que chegue a 150 milhões. Tudo o que eu coloco, eles adoram.
O resultado é diferente do que a sra. imaginava?
Ah, eu criei uma expectativa, mas ainda não sei como vai ser a edição de tudo, depende do diretor. Não vi nada antes de ir ao ar, estou vendo só agora. Toda segunda-feira é um susto. Tô assustadíssima. Não sei o que vem por aí, só saiu 30%. Mas imaginei que eu tava indo bem porque estava à vontade na frente das câmeras. Das participantes, eu só conhecia a Brunete (Fraccaroli), as outras, eu conheci no programa.
Acha que houve muita falsidade entre as colegas do programa?
Não, só vi o que ficou falso quando vi essas mulheres falando mal umas das outras agora. Mas no começo não senti, não sabia que era assim. Não imaginava. Fiquei supertriste, quer dizer, não fiquei não, está tudo bem.
Mulheres ricas de São Paulo disseram que o programa é muito caricaturado e não mostra realmente como são as mulheres ricas. Você concorda?
Eu fiz a minha parte. A minha vida é essa. Se você não é a rica que eles querem que seja, eu sou rica de espírito. Mas elas nunca vão gostar de nada; se fosse de outro jeito, não iam gostar também. Quero ver essas ricas mostrarem a cara. Elas têm medo e não têm nem pauta interessante. São cheias de vaidade e chatas.
E seu namorado, o jornalista Guilherme Fiúza, como está reagindo?
Ele falou para fazer o que eu queria. Fez por amor a mim, ele prefere o amor que sente por mim do que a imagem dele. Um lindo de morrer, uma paixão. Ai, que paixão! Fiquei mais apaixonada ainda quando ele me apoiou e ficou do meu lado, não ficou com vergonha de ser meu namorado, sem vergonha de ser feliz. Ele vai aparecer muito ainda, jantando fora comigo no Antiquarius e no Ten Kai. Ele é o amor da minha vida. É um presente de Deus. Nada melhor que ele poderia acontecer na minha vida.
E quais são os planos para depois do programa?
Eu estou fazendo o programa de rádio, vou escrever meu próximo livro, que vai se chamar “Ai, Que Delícia!” Vamos ver, ainda não apareceu mais nada, mas estou aberta a projetos. O livro vai ser sobre as entrevistas do programa de rádio, como a da Lucinha Araujo, Maitê Proença e a da Rogéria, que foi a mais sensacional e até foi gravada durante o reality. Tem também as minhas várias frases que eu vou garimpando e guardando. Ai, que delícia!
Você deixou a bebida e as drogas mesmo?
Não bebo mais. Não bebi nada durante o programa inteiro.
E as outras drogas?
Não. Estou muito melhor. E não quero mais falar disso.
A sra. se identifica com o governo Dilma?
Ela quer um país de classe média, né? Não sei como vai ser isso. Cada hora é um ministro que sai. Não entendo. Mas ela também é uma presidenta forte.
O que acha que está mais errado no Brasil?
Falta de saneamento básico, educação nas escolas, professores que não vão, polícia ganhando muito pouco, desnível social, gente com muito e outros sem nada. Mas, sabe, eu gosto é do Aécio (Neves, senador do PSDB).
Por quê?
Eu o conheço. Gosto da família dele, do Tancredo (Neves, avô de Aécio, que faleceu antes de tomar posse como presidente da República). O Aécio foi um ótimo governador, deixou Minas Gerais no topo do ranking. Ele é muito bom, sério, calmo, gentil, gosto do jeito dele. Mas gosto das mulheres no poder também. Tô me amarrando na Dilma.
Como a sra. cuida da saúde?
Faço natação, ioga, massagem e uso muito bloqueador para ir à praia. Coisa que todas as mulheres fazem. Sabe, não sou muito cuidadosa: quando quero emagrecer, eu só fecho a boca.
Já fez plástica?
Já. No peito, coloquei silicone e fiz lipo (lipoaspiração). Ah, uns “botoxzinhos” também. Eu gosto. Cada um faz o que pode e cada uma com seu cada qual.
Como é a Narcisa mãe?
As minhas filhas são livres, maiores de idade. Eu cobro apenas que sejam alguém na vida, estudem, sejam felizes. Só não quero que elas me abandonem. Tentei passar um exemplo de generosidade, de amor ao próximo, de cultura de estudo, sensibilidade. Mas elas são melhores que a mãe, narcisinhas melhoradas.
Qual foi o momento mais delicado na educação delas?
A adolescência foi horrível, elas me enlouqueceram. Brigavam comigo, eram chatas. Elas nunca quiseram se expor e não entendem isso, de eu gostar de aparecer, e queriam ser o oposto. São low profile mesmo. Minhas filhas ficavam loucas de vergonha quando a gente chegava a algum lugar e queriam fazer foto comigo e com elas. Elas não queriam uma mãe popular, elas queriam alguém que não aparecesse, que passasse batida. Como eu nunca passei batida, elas sempre ficavam: “Ai meu Deus, o que vai ser? Como vai ser o próximo capítulo?” Mas eu ia ao colégio, participava e tudo foi muito difícil. As outras mães eram casadas havia 30 anos, eu era desquitada, outro perfil, e as mães ficavam horrorizadas, mas adoravam as meninas.
O que é essencial no dia a dia para a sra.?
Não pode faltar água de coco e alegria, atenção, carinho, alto-astral. Também gosto de rezar na igreja. Sou católica, vou à igreja de São Judas Tadeu e à de São Jorge. Sempre que vejo uma igreja diferente, eu entro. Adoro. E sempre faço um pedido em igreja onde nunca fui antes.
Tem alguma coisa pela qual a sra. gastaria toda sua fortuna?
Ah, gastaria tudo o que tenho para salvar uma vida. Ou quem sabe por uma caveira de diamantes do Damien Hirst (artista britânico) para colocar na porta. Não sei quanto custa, mas deve ser uns milhões.
Tem algum sonho que a sra. ainda quer realizar?
Quero botar meu programa de rádio bombando internacionalmente… E quem sabe viajar na minha própria nave espacial e entrar num disco voador. Sério, me convidaram para ir pro Mato Grosso do Sul fazer essa viagem porque lá tem disco voador. Tem que ir este ano, mas não sei em que dias aparecem os seres terrestres, sabe?