Convite à viagem – Rumos Artes Visuais 2011/ 2013/ Itaú Cultural, SP/ até 22/4

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NOVA PINTURA
Indiano radicado no Rio, Vijai Patchineelam expande a pintura para o corpo.
Rodrigo Torres realiza intervenção com tintas sob objetos cotidianos (abaixo)

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O Rumos Artes Visuais é uma bússola das artes visuais no País. Ativo e contínuo desde 1997, já criou tradição de revelar artistas emergentes do Norte, Sul, Leste e Oeste. O mapeamento que produz periodicamente funciona como referência para o mercado e instituições de arte trabalharem nos próximos três anos. Nesta quinta edição do programa, nada de ­tendências ou linhas conceituais para definir o resultado de um ano de pesquisas. A curadoria de “Convite à Viagem” mostra-se muito mais interessada em salientar as singularidades e diferenças do que as proximidades entre as obras. “A dinâmica da exposição se faz entre rimas e choques”, afirma Paulo Miyada, que integra o grupo curatorial coordenado por Agnaldo Farias.

Mais do que temas, fala-se aqui em “territórios” ou “regiões”, para aproveitar o vocabulário próprio dos viajantes. Identificam-se vários deles ao longo do percurso da exposição, sem que a curadoria indique-os por meio de textos ou sinalizações. Rimas acontecem, por exemplo, entre a obra de Thiago Honório, que investiga ações de edição e montagem no mundo das artes, e outros artistas que trabalham com deslocamentos fotográficos, como a carioca Maria Laet, que faz intervenções sobre películas de Polaroid; a paraibana Iris Helena, que trabalha com pequenas máquinas digitais e impressoras domésticas para imprimir em suportes inusitados como o “post it”; ou o capixaba Vinícius Guimarães, que realiza imagens com uma máquina de xerox, levando-a aos limites da ampliação. Mas a fotografia é apenas uma “região” da exposição. Outros terrenos habitados nesse Rumos são as cidades, as paisagens, a ecologia ou as fabulações.

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FEITO À MÃO
Rafael Pagatini simula a impressão de máquinas plotters com a xilogravura

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A pintura é outro campo ocupado. Discutem os deslocamentos da pintura o carioca Rodrigo Torres, o indiano Vijai Patchineelam, radicado no Rio de Janeiro, ou o acreano Welington Santana, que faz uma pintura iconográfica e figurativa similar ao estilo geométrico indígena, mas
é deslocada de seu lugar-comum, fazendo da ­tela um elemento de intervenção na paisagem amazônica. A quinta edição do Rumos expõe mais de 100 obras realizadas pelos 45 artistas mapeados. Depois de São Paulo, o projeto tem itinerância em outras quatro cidades, em novos arranjos.


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