Uma no cravo, outra na ferradura. No cravo o Ministério da Justiça está acertando ao zelar pela Constituição: admitiu agora, publicamente, que de fato nenhum motorista é obrigado a soprar no bafômetro, uma vez que constitucionalmente ele não está forçado a produzir prova contra si. Na ferradura o Ministério erra ao propor que pode ficar por conta do testemunho do policial apontar se o motorista ingeriu quantidade de álcool acima de seis decigramas por litro de sangue. Nem os maiores cientistas do mundo, especializados em dependência química de álcool, são capazes de quantificar a olho nu quanto alguém bebeu. É o PM da blitz, então, quem vai saber dizer isso? Quem conseguir acerta em cheio na mega-sena. A prova testemunhal nesse caso é palavra contra palavra, é bate-boca. E se o motorista disser que o policial bebeu, também vale? 


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias