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LUNÁTICO
Roberts procurou Mezrich para contar a sua experiência

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A história de como um aspirante a astronauta roubou da Nasa milhões de dólares em amostras lunares e saiu pela porta da frente do centro espacial em Houston, no Texas, é, por si só, um feito inacreditável. Contada pelo escritor americano Ben Mezrich, toma proporções fantásticas. Seus livros anteriores ganharam aclamadas adaptações para o cinema; “Bilionários por Acaso” e “Bringing Down the House”, por exemplo, deram origem aos filmes “A Rede Social” e “Quebrando a Banca”. “Sexo na Lua” (Intrínseca), seu novo trabalho, já teve seus direitos comprados e, para facilitar o trabalho dos roteiristas, segue o ritmo cinematográfico dos anteriores. Hábil ao adotar a não ficção romanceada, Mezrich conta histórias verídicas, mas capricha nos detalhes sem se preocupar com possíveis exageros. Melhor para os seus retratados. Melhor para o leitor.

Tome-se Thad Roberts, o personagem principal do novo livro, um jovem sem perspectivas que sonha em ser astronauta e tripular uma missão espacial. Por incrível que pareça, ele consegue entrar para a Nasa após cumprir um programa de estudos e participar de uma série de trabalhos voluntários. Já estagiário e familiarizado com todas as salas e corredores do instituto de pesquisas, um dia foi apresentado a um depósito especial. Nele estavam guardadas as pedras trazidas da Lua pelas missões Apollo, realizadas entre 1969 e 1972. Roberts soube também que elas valiam uma fortuna: cada grama custava US$ 5 milhões.

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TESOURO DO ESPAÇO
Uma das rochas trazidas da Lua: lote surrupiado por Roberts pesava 300 quilos

A ocasião fez o ladrão. Ajudado pelas funcionárias Sandra e Rebecca – sua namorada na época –, Roberts simplesmente se apossou de um cofre com 300 quilos de rochas lunares e usou seu Jeep 4×4 para se safar da Nasa com o material. Mais tarde, tentou vender o estoque pela internet ao custo de US$ 600 o grama. Um colecionador belga se interessou pela oferta, descobriu que a mercadoria era autêntica e contatou o FBI. Vê-se logo que Roberts é um tipo lunático. Para “passear” em um simulador espacial, privilégio de astronautas graduados, ele usou um nome falso e enganou facilmente o instrutor. Ganhar dinheiro também não era o objetivo inicial de seu furto. Como conta Mezrich, que foi procurado pelo próprio Roberts, ele queria cumprir uma promessa romântica e presentear a sua namorada com um “pedaço” da Lua. Na cena tórrida que dá nome ao livro, o jovem (que tinha 25 anos na época) espalha as pedras em uma cama de motel e, para comemorar o feito, faz amor com Rebecca, nome fictício usado para proteger a sua cúmplice, Tiffany Fowler. A pena foi leve para Roberts. Ela saiu da prisão após seis anos de confinamento. Hoje se dedica à física quântica. 

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