É lastimável, dada a frieza burocrática com que olha a vida e a morte, a atitude da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no caso do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira. Ele sofreu em Brasília um infarto agudo, foi levado vivo aos hospitais Santa Lúcia e Santa Luzia e finalmente chegou morto ao hospital Planalto – os dois primeiros recusaram-se a socorrer Duvanier, segundo seus familiares, porque exigiram cheque caução e ninguém apanhara o talonário na pressa de levar o enfartado ao pronto-socorro. Para a polícia, os donos desses hospitais, que negam a exigência do cheque, podem ser processados por homicídio culposo (sem intenção). Já a ANS simplesmente encerrou o caso ao saber que os dois hospitais não têm convênio com o plano de saúde que Duvanier apresentou entre a vida e a morte.