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Nos últimos dias, o xadrez po­lítico da cidade de São Paulo ganhou novos e importantes lances. Três movimentos deixaram claro que, a se confirmar esse cenário, o PSDB terá problemas para se manter no seu principal bunker, São Paulo. O primeiro movimento foi feito pela presidenta Dilma Rousseff ao anunciar a saída de Fernando Haddad do Ministério da Educação, liberando-o para dedicar-se em tempo integral à pré-campanha. Desconhecido do público em geral, Haddad coloca o bloco na rua num momento em que seus rivais democratas e tucanos ainda estão longe de definir seus nomes para a disputa – até agora só o PMDB, com o deputado federal Gabriel Chalita, e Celso Russomano, do PRB, lançaram-se para o embate.

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RINDOÀ TOA
Candidato do PT, Fernando Haddad, fortalece sua campanha no
momento em que Alckmin e Serra (topo) continuam sem se entender

A segunda mexida no cenário político paulistano foi a aproximação entre o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e os petistas com as bênçãos do ex-presidente Lula. “Se o Lula disse que é bom, quem sou eu para contrariar”, argumenta Senival Moura, vereador petista, um defensor entusiasta da aliança. Na contabilidade petista, embora a sigla faça oposição a Kassab na Câmara Municipal, sete dos seus 11 vereadores estariam dispostos a dar as mãos ao prefeito. O terceiro lance político foi a notícia de que o ex-governador José Serra decidiu não se candidatar à prefeitura, cargo que ocupou por dois anos (2005-2006) até abandoná-lo em troca da disputa eleitoral para governador, em 2006. Segundo um aliado de Serra, o tucano comparou uma eventual candidatura à sucessão paulistana a um “enterro”. Se vencesse, receberia flores e não poderia sair do posto. Já, numa eventual derrota, seria “colocado em uma vala como indigente”. A desistência de Serra, além de dificultar a vida do PSDB numa das principais cidadelas da oposição, produz outros dois efeitos políticos potencialmente desastrosos para os tucanos. Embola mais uma vez o meio-campo para a sucessão presidencial de 2014, já que Serra insistirá em ser candidato, a despeito de a maioria do partido já ter manifestado predileção pelo senador mineiro Aécio Neves, e coloca em xeque a capacidade de outro líder do PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de fazer articulações. O maior desafio de Alckmin, agora, é achar um candidato competitivo para a disputa paulistana e, resolvida essa etapa, conseguir fortalecer esse palanque com a incorporação à chapa de legendas aliadas. Restaria a ele somente o PTB e o DEM. Trata-se, indiscutivelmente, de uma missão difícil.

Colaborou Pedro Marcondes de Moura

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