Foram os latidos de seus cães e um ponteiro a laser de um vizinho (que ele supôs ser mira de alta precisão) que promoveram o curto-circuito mental no administrador de empresas Michel Goldfarb Costa na semana passada: ele achou que era perseguido e que iriam matá-lo, armou-se com uma pistola automática e saiu pelas ruas de São Paulo. Roubou quatro carros, atirou, acabou ferindo pessoas e cruzou a cidade ao volante de um automóvel desgovernado. Passou então 12 horas encolhido em um bueiro até se apresentar à polícia (teve a prisão temporária decretada). Vem da estudante de psicologia Luciane Rodrigues, namorada de Goldfarb, a explicação para compreender a aparentemente incompreensível atitude do rapaz. “Ele tinha mania de perseguição”, diz Luciane. Tecnicamente, o que ela declara é que o namorado provavelmente sofre da terrível enfermidade psiquiátrica chamada psicose paranoide e, se assim for, Goldfarb precisa de tratamento urgente.