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ENERGIA
Os shows de Guetta eletrizam multidões

O produtor francês de música eletrônica David Guetta, 44 anos, mora em Paris e é o que hoje se chama super-dj. Vencedor de dois prêmios Grammy, ele ganha US$ 160 mil para discotecar por duas horas, cachê que faturou na turnê por 14 cidades brasileiras. Considerado o maior profissional das pickups no mundo, vendeu três milhões de cópias do CD “One Love”, acaba de lançar outro álbum recheado de hits e acumula meio bilhão de acessos no YouTube. Os números superlativos se repetem em suas apresentações, que não ficam em nada a dever às de um popstar.

Seu palco comporta duas toneladas de equipamentos de som e três toneladas e meia de aparelhos de luz e efeitos, o que inclui um imenso telão de leds que deixa a sua cabine visível a metros de distância. Para viajar de uma cidade a outra, já que muitas vezes cumpre duas apresentações numa mesma noite, tem um jatinho à disposição e um helicóptero para deslocamentos entre o aeroporto e o hotel.

Foi-se o tempo do dj que andava apenas com uma maleta abarrotada de vinis. A equipe de Guetta soma 14 pessoas, divididas em dois flancos: enquanto um está cuidando da montagem do palco numa cidade, o outro cuida do show seguinte já em outro local. Quatro seguranças completam o staff. Um dos disc-jóqueis mais solicitados do Brasil, Anderson Noise acha que o fenômeno do super-dj é uma decorrência da estrutura montada por trás do artista: “Hoje eles não se apresentam mais em clubes, eles fazem festivais. E para isso precisam tocar um tipo de música que atraia um público razoável, disposto a pagar ingressos que cubram o seu cachê”, diz.

Guetta só ganhou popularidade quando promoveu o cruzamento entre a eletrônica, o hip-hop e o rhythm and blues com o arrasa-quarteirão “I Gotta a Feeling”, feito para o Black Eyed Peas, a canção que teve o maior número de downloads nos EUA (7,5 milhões).

A partir daí, conseguiu selar parcerias com quem quis no cenário pop, como Akon, Rihanna, Estelle, Snoop Dogg, Lil Wayne e Jessie J. Aqui reside uma de suas originalidades: as canções que assina não são apenas instrumentais, como fazem os djs mais radicais. Elas comportam letras e refrões. Não à toa, esse estilo foi apelidado de electro-hop ou hip-house. Seja como for, uma coisa é certa: os baladeiros adoram.