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FAVORITO
Popularidade crescendo e adversários fracos dão tranquilidade ao presidente Obama

Enquanto o presidente democrata Barack Obama vê a economia americana dar sinais de fôlego e a aprovação de sua gestão crescer de 41% para 47%, o Partido Republicano iniciou, na terça-feira 3, as primárias que vão definir quem vai enfrentar o atual chefe da Casa Branca nas eleições de novembro. Até agora, seis pré-candidatos apresentaram seus nomes, mas nenhum deles parece ser capaz de abalar o favoritismo que os especialistas dão a Obama. Poucas vezes na história recente dos Estados Unidos a qualidade dos proponentes ao cargo mais alto do país foi tão questionável, como mostra uma análise mais atenta dos perfis dos prováveis adversários republicanos. Além de currículos discretos, sem grandes feitos, alguns deles têm um passado sombrio, marcado por visões preconceituosas que não deveriam ter mais espaço hoje em dia, e outros são suspeitos até de corrupção.

Apesar de bem cotado nas prévias dos republicanos, o congressista Ron Paul chefiou um jornal que comparou, em seus artigos, negros com macacos, defendeu a proibição do ingresso de portadores de HIV em restaurantes e criticou a existência do Estado de Is­rael. Apesar da tradição retrógrada de parte dos eleitores americanos, é difícil imaginar que uma figura defensora de ideias tão deploráveis seja páreo para Obama. Outro que provavelmente enfrentaria dificuldades em um embate direto com o atual presidente é Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Deputados e crítico feroz do governo Bill Clinton. Conhecido pelo estilo agressivo, ele chegou a liderar as pesquisas para a indicação republicana, mas caiu em desgraça ao ser acusado de favorecer a gigante de hipotecas Freddie Mac, que quebrou em 2008 e ajudou a desencadear a crise financeira que viria a seguir. Mas não foi só isso: em recente entrevista a um canal de televisão, Gingrich disse que os palestinos são “um povo inventado”.

Ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney parece ser o candidato menos afeito a polêmicas. Mesmo assim, segundo analistas, o fato de ser mórmon pode afetar sua popularidade. Empresário do ramo financeiro, Romney concentra a plataforma de campanha em temas econômicos. O problema é que, nesse ponto, Obama tem se saído bem, caminhando para superar uma crise que até pouco tempo atrás parecia intransponível. Agora, resta saber como os candidatos republicanos vão se comportar durante os próximos seis meses de primárias, quando farão um périplo por todo o país em busca de apoios, votos de correligionários e, principalmente, recursos para levar o maior número de delegados possível na convenção da Flórida, em agosto. Lá, será escolhido, oficialmente, o anti-Obama.

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