Para você se divertir e saber um pouco mais sobre Dercy Gonçalves, nós da ISTOÉ Online selecionamos dez vídeos impagáveis. Confira: 

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Sobre a atriz Dercy Gonçalves (1907-2008), sabe-se que era uma mulher extrovertida, polêmica e desbocada. Na intimidade, contudo, existia uma “outra Dercy”, solitária, triste, tradicionalista. Embora pareça impossível juntar essas características numa mesma personalidade, assim era Dolores Gonçalves Costa, que nasceu em Santa Maria Madalena, no interior do Rio de Janeiro, e para o Brasil se tornou Dercy Gonçalves, uma das maiores comediantes do País. Passados três anos de sua morte, aos 101 anos, ela volta ao estrelato. Ou melhor, sua história, retratada em livro por Maria Adelaide Amaral, vai conduzir uma série de quatro capítulos na Rede Globo, no ar a partir da terça-feira 10. Com direção de Jorge Fernando, “Dercy de Verdade”, pretende apresentar ao respeitável público exatamente esses dois lados da rainha do deboche. “A marca registrada dela era o escracho total, mas o que a definia era ser extremamente conservadora e reservada. Da vida sexual, ela só falava o que não importava”, diz Maria Adelaide, também autora da série.

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Dercy, que será vivida em cada fase da vida pelas atrizes Luiza Périssé, Heloisa Périssé e Fafy Siqueira, iniciou sua vida artística na efervescência do teatro de revista na década de 1930, época em que era visto com preconceito a participação de mulheres em musicais. Foi nesses espetáculos populares animados por vedetes e comediantes que ela achou espaço para trabalhar, aos 20 e poucos anos de idade. Sua triste trajetória registra o abandono pela mãe, quando era ainda criança, e a fuga de casa, aos 17 anos, para acompanhar a Companhia de Circo Maria Castro. O jeito irreverente e a habilidade para o improviso chamaram a atenção de grandes produtores, caso de Walter Pinto, que a levou para os palcos da fervilhante Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro. Tudo isso está presente na história, que reconstruiu em estúdio a cena teatral carioca a partir de fotos de época.

 

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Sem tanto brilho e paetê, a vida sexual e amorosa de Dercy é retirada do tabu em que havia sido encerrada. Segundo a autora da série, a atriz perdeu a virgindade com um companheiro de circo, mas nem sequer entendeu o que se passava com ela naquele momento. Mais tarde teve um caso com um homem casado, Valdemar, pai de sua única filha, Decimar. Mas o grande amor aconteceu com o acrobata italiano Vito Tadei, vivido por Ricardo Tozzi, um mulherengo típico. “Ela tinha horror de comentar sobre sexo. Era um assunto para ser esquecido”, afirma Maria Adelaide. Em 2007, a autora escreveu a pedido da própria comediante a peça “Dercy por Fafy” – a mesma Fafy Siqueira que a interpreta agora na idade madura seria a protagonista. O projeto acabou engavetado por falta de patrocínio, segundo Fafy e Maria Adelaide. Mas o maquiador Julinho do Carmo, filho adotivo de Dercy, contesta a versão. Ele garante que nunca faltaram investimentos aos projetos de sua mãe e que o seu desejo era que a atriz Fernanda Torres a interpretasse. Do seu lado, Fafy se confessa completamente identificada com a personagem: “Ela foi rejeitada desde o nascimento. Me emocionei bastante ao atuar e tive que parar muitas vezes para continuar a cena.” Heloisa acrescenta: “Dercy se reinventou. Não aceitou o script que a vida quis dar a ela.” E ai de quem a contrariasse.

 

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