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PONTO ALTO
Dilma Rousseff foi a primeira mulher na história a fazer
o discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU

O Brasil firmou-se, em 2011, como uma estrela de primeira grandeza na cena internacional. Esse papel de protagonista, iniciado graças à diplomacia presidencial exercida com eficiência pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, foi consolidado durante o primeiro ano de mandato da presidenta Dilma Rousseff. No ano em que os EUA e os países europeus atravessaram sérias dificuldades, o reconhecimento político da presidenta Dilma Rousseff por seus pares no estrangeiro foi quase imediato. Há menos de duas décadas, esse cenário seria inimaginável. Uma mulher, governante de um país latino-americano, dona de uma voz tão ressonante nas mais altas cortes mundiais. Ao longo de 2011, Dilma fez apenas 12 viagens ao Exterior, menos que a metade das 27 viagens de Lula em 2003, ano inaugural de seu governo. Mas o roteiro seletivo foi o bastante para que ela conquistasse seus colegas estadistas e os principais veículos de comunicação dos Estados Unidos e da Europa. Primeira mulher a comandar o Brasil em tempos republicanos, a presidenta destacou-se nos encontros multilaterais. Seu grande momento foi, sem dúvida, o discurso emocionado na abertura da 66ª Assembleia-Geral da ONU, em 21 de setembro. “Pela primeira vez na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o debate geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna”, afirmou a presidenta brasileira, diante do olhar atento de 192 líderes mundiais.

Durante a reunião do G-20, em Cannes, no sul da França, nos dias 3 e 4 de novembro, a situação da economia mundial foi alvo de sua preocupação. Reunidos para tratar dos desafios globais, os presidentes das 20 maiores economias do mundo ouviram uma dura mensagem de Dilma Rousseff. Decepcionada com o resultado do encontro, a presidenta afirmou que o Brasil está disposto a buscar soluções para os impactos da crise e a estabilidade da economia mundial, mas desde que os países ricos se comprometam a investir na geração de empregos e a suspender o protecionismo. Nos contatos bilaterais, a presidenta Dilma mostrou-se criteriosa. Diante de cada compromisso acertado pelo Itamaraty, a presidenta pergunta: “O que vamos ganhar?” E, na maioria das vezes, o objetivo é blindar o Brasil da crise global, seja ampliando os parceiros comerciais, seja diversificando a pauta de exportações. Ela dá como exemplo de “diplomacia de resultado” a viagem que fez à China, entre 8 e 15 de abril. Em Pequim, firmou com o presidente, Hu Jintao, e o primeiro-ministro, Wen Jiabao, diversos acordos na área comercial e participou do anúncio de investimentos no Brasil em tecnologia e infraestrutura.

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RECONHECIMENTO
Em setembro, Dilma recebeu prêmio por dedicação ao
serviço público oferecido pelo Instituto Woodrow Wilson

Enquanto o roteiro pela China ganhou elogios, a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil, cercada de grande expectativa, rendeu poucos frutos, na visão do próprio Palácio do Planalto. De qualquer forma, foi a primeira viagem de Obama à América Latina, numa deferência especial à presidenta Dilma.

Na viagem, Obama mostrou-se disposto a buscar a reaproximação dos Estados Unidos com o Brasil, o que ele não conseguiu no relacionamento com o governo Lula. A aproximação é natural. O Brasil é o parceiro da vez e suas conquistas têm merecido aplausos pelo mundo afora. Em abril, a revista “Times” incluiu Dilma entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, numa lista que inclui o próprio Obama, o presidente francês Nicolas Sarkozy e o fundador da rede social Facebook, Mark Zuckerberg. Em agosto, “The Economist” elogiou a faxina política promovida pela presidenta. E, no mesmo mês, a tradicional revista americana “Forbes” enumerou Dilma como a terceira mulher mais poderosa do mundo, atrás apenas da chanceler alemã, Angela Merkel, e da secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Dilma foi capa da “Newsweek”, numa matéria que falava sobre as mulheres no mundo, e recebeu da revista de cultura “New Yorker” o título de “A ungida”, numa reportagem sobre o boom econômico brasileiro.  

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