Um feixe de luz de um azul forte, translúcido e misterioso é o novo objeto de desejo nos salões de beleza do País. Com seus tons de modernidade, a hidratação fotônica vem substituindo rapidamente os secadores e toucas térmicas usados até hoje nos rituais de hidratação das madeixas. “O resultado é excelente. Permite recuperar cabelos danificados numa única sessão de duas a três horas. Antes, um tratamento desses durava até dois meses, com várias etapas”, explica o cabeleireiro paulistano Bruno Di Maglio, adepto da técnica. O milagre é possível graças a uma luz de diodo chamada de LED, sigla em inglês de Ligth Emission Diod, ou emissão luminosa de diodo. “Ela é gerada a partir do mineral silício”, explica o químico Fausto Silva Junior, criador e fabricante do Photon Hair Uom, o aparelho que irradia o LED e ilumina a cabeça das mulheres. Nos salões de São Paulo, uma sessão de hidratação com a nova técnica custa
em média R$ 350.

A intenção original do aparellho era apenas alisar cabelos, mas outros benefícios foram notados. É fácil entender como funciona essa terapia luminosa. Sob o efeito da luz, moléculas de componentes dos produtos aplicados no cabelo sofrem alterações e penetram mais nos fios. Talvez pelo tom chamativo, o feixe azul do Photon Hair tem sido chamado erroneamente de laser. “Não é”, adianta Silva Júnior. “Laser é outro tipo de irradiação, mais potente e destinada ao uso médico”, explica. O empresário surpreendeu-se com o sucesso de seu aparelho. “Três mil cabeleireiros do País compraram”, comemora. “Vou exportá-lo ainda este ano.” Apesar da recomendação de que os profissionais façam o curso oferecido pelo fabricante antes de usar o equipamento nas clientes, muitos ignoram a orientação. A desinformação leva a atitudes arriscadas, como aplicar a luz de diodo para ajudar na troca da tinta do cabelo ou fazer clareamentos. Silva Junior condena essas ousadias. “Sob a ação do Photon Uom, substâncias contidas na fórmula das tintas machucam o couro cabeludo”, diz. O recado é claro: toucas térmicas podem se tornar obsoletas, mas responsabilidade nunca sai de moda.