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A pintura de Leda Catunda nunca se limitou ao suporte da tela – mesmo durante o boom da Geração 80, grupo que despontou na década de 1980, resgatando o uso da pintura depois de uma longa década de arte conceitual. Desde sempre, Leda abusou da experimentação, utilizando técnicas que vão da escultura à colagem, passando pela fotografia. Em sua série mais recente, a artista paulistana elege o imaginário popular ligado ao esporte como tema para os 20 trabalhos expostos na mostra o “Circo pegou fogo”, na Galeria Paulo Darzé, em Salvador. Segundo a artista, o trabalho com o imaginário esportivo surgiu da vontade de uma mudança radical em relação à temática anterior, a paisagem. “Passei o ano de 2010 trancada no ateliê.

Fiquei pensando como era importante para as pessoas estarem vestidas com a camiseta certa como forma de identificação com determinado grupo e como isso é forte na cultura brasileira”, comenta Leda.

Em “O circo pegou fogo”, as 16 pinturas e quatro colagens inéditas foram realizadas a partir da apropriação de logomarcas esportivas, ressaltando grafismos e cores dos times de futebol e atingindo um resultado estético próximo ao pop. “Essas imagens são razão de idolatria quase religiosa no imaginário nacional. Nesse sentido, acho que este foi um trabalho de imersão antropológica para se chegar no resultado plástico”, diz Leda Catunda, que se declara santista e pretende, futuramente, fazer uma homenagem em larga escala ao time do craque Neymar.

A referência ao esporte também se faz presente em “Skate II”, obra em exposição no Centro Universitário Maria Antônia, em São Paulo, na coletiva “Exigências do presente”, ao lado de Carmela Gross, Jac Leirner e do argentino Jorge Macchi.